Política | 14-04-2022 11:59

Alcanena não aceita competências na saúde e oposição critica

Município considera que contrapartida financeira por parte do Governo fica aquém das necessidades

A transferência de competências na área da saúde para o município tem gerado alguma discórdia entre os eleitos do executivo camarário de Alcanena. Por várias vezes que o presidente da câmara, Rui Anastácio, eleito numa coligação liderada pelo PSD, tem-se mostrado contra a aceitação das competências da administração central, quer por ser um processo forçado pelo Governo quer pelo pacote financeiro reduzido de que se faz acompanhar, considerando que é necessário continuar as negociações antes de aceitar as transferências.
Por outro lado, o vereador socialista Hugo Santarém considera que é necessário fazer parte do processo e não “observar de fora” à espera que se defina o que o executivo reinvidica. O vereador socialista deixou ainda bem explícito que “sair da mesa de negociações nunca funciona bem em lado nenhum”.
Rui Anastácio referiu que a postura de não aceitação tem a ver com o poder de negociação que se perde ao aceitar, sem rebater, a transferência de novas competências. “Não é dizer não porque não, nem sair da mesa”, vincou o presidente, que ainda assim diz que a gestão da saúde no concelho feita por quem está mais próximo decide e resolve melhor, e de maneira mais rápida, mas precisa de meios financeiros para o fazer.
Marlene Carvalho, vereadora com o pelouro da saúde, mostrou preocupações com o facto de haver 5.578 munícipes sem médico de família e com tendência a aumentar com a reforma de alguns profissionais. Teceu ainda algumas considerações quanto à incerteza do investimento que vai ser necessário fazer nos edifícios afectos à saúde, referindo que os 230 mil euros que acompanham a transferência de competências não são suficientes se ainda tiverem que executar obras de conservação e manutenção nas instalações.

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