O presidente da câmara municipal da Chamusca, Paulo Queimado, violou as regras e exerceu o seu direito de voto em cima da urna nas eleições legislativas de domingo, 30 de Janeiro. Apesar da presidente da mesa ter insistido que o autarca tinha que cumprir as regras como todos os cidadãos, e votar na câmara de voto, salvaguardando o secretismo da sua decisão, Paulo Queimado não fez caso e decidiu votar em cima da urna.

Pedro Bogalho, um dos cinco membros presentes na mesa quatro, onde o presidente votou, contou os pormenores do episódio a O MIRANTE. Paulo Queimado dirigiu-se ao centro escolar da Chamusca para votar por volta das 15h40. Identificou-se através do seu telemóvel pessoal e no momento em que recebeu o boletim de voto, tirou a caneta do bolso para votar em cima da urna.

Os membros da mesa foram apanhados de surpresa, mas a presidente alertou imediatamente o autarca para tomar a atitude correcta e votar na câmara onde todos os outros eleitores votam. Paulo Queimado terá respondido “o meu voto só é secreto se assim o entender”, e manteve a sua intenção. “Ficámos todos de boca aberta perante esta atitude provocativa, prepotente e altiva, porque o presidente de câmara tem que ser o primeiro a querer dar o exemplo”, lamenta Pedro Bogalho, acrescentando que os membros da mesa deliberaram e aprovaram por maioria realizarem um auto de ocorrência para constar na ata que foi enviada para o Tribunal. De seguida enviaram um email para a Comissão Nacional de Eleições (CNE) a explicarem tudo o que se passou.

O MIRANTE enviou um pedido de esclarecimentos à CNE que, caso seja atendido, vai complementar a reportagem na edição impressa que vai para as bancas na quinta-feira, 3 de Fevereiro.