O presidente da Junta de Aveiras de Cima, António Torrão, acusou na última assembleia municipal os socialistas que governam a Câmara de Azambuja de terem desperdiçado fundos comunitários para dois projectos, um de requalificação de uma escola e outro para a construção de um centro escolar na freguesia. “Este Partido Socialista boicotou, prejudicou uma obra na minha freguesia de um centro escolar construído de raiz, onde temos uma escola com 37 anos e uma com mais de 60 anos”, afirmou o autarca da CDU, acrescentando que a justificação dada numa outra assembleia municipal pelo presidente da câmara, Silvino Lúcio (PS), foi de que se tratou de uma opção política.
À margem da assembleia municipal, o autarca da CDU, em declarações a O MIRANTE, referiu que as escolas, devido à sua antiguidade, estão a ficar degradadas e a exigir cada vez mais intervenções suportadas pela junta de freguesia. No caso da Escola Básica de Aveiras de Cima, sustentou, há infiltrações nas paredes e não tem aquecimento nem uma biblioteca escolar.
De acordo com António Torrão, havia um projecto para a construção de um centro escolar em Aveiras de Cima aprovado no último mandato pelo executivo da Câmara de Azambuja e que iria custar aproximadamente 1,8 milhões de euros, dos quais “apenas 15%” seriam suportados pela câmara. Este projecto, sublinhou ao nosso jornal, iria concentrar as escolas da freguesia num só edifício.
Criticando o facto de a Câmara de Azambuja ter aceite a transferência de competências da Escola Secundária de Azambuja e de agora ter que suportar custos para a sua requalificação, o autarca questionou ainda o presidente do município sobre o paradeiro de um outro projecto aprovado – de requalificação da EB1 de Aveiras de Cima – que chegou a ter dois milhões de euros cativados para a sua execução.
Em resposta, Silvino Lúcio afirmou que efectivamente o dinheiro que tem sido transferido da administração central para a autarquia, no que toca à educação, não tem sido suficiente para fazer face à despesa. Quanto ao projecto para requalificar a EB1, o socialista disse que pode ser que no próximo quadro comunitário se consiga apoio para levar a obra avante.