A carência de médicos de família no concelho de Benavente voltou a ser tema de debate na última sessão da assembleia municipal, realizada na quarta-feira, 27 de Abril, com a comissão da saúde deste órgão deliberativo a recomendar à autarquia um pedido de parecer jurídico sobre a legalidade de financiamento a profissionais de saúde da especialidade.

Embora a recomendação não tenha sido aceite pela mesa da assembleia, presidida por Mário Santos, o líder do município, Carlos Coutinho comprometeu-se com o pedido da comissão. “Vamos pedir o parecer jurídico para saber se uma medida destas está devidamente agasalhada pela lei”, disse o autarca da CDU, acrescentando que lamenta que tenham que ser as câmaras municipais a procurar resolver um problema que é da competência da administração central.

Carlos Coutinho afirmou ainda que o centro de saúde de Benavente deixou de ser Unidade de Saúde Familiar (USF) tipo A quando deixou de ter quatro médicos (actualmente tem três). Neste momento integra o modelo de Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP).

A comissão da saúde, pela voz do eleito Pedro Gameiro, defendeu que a “única maneira de fixar médicos de família” em Benavente é a câmara municipal “assumir o diferencial de vencimento”. Medida que deveria, segundo a comissão, vigorar até haver uma passagem deste centro de saúde a  Unidade de Saúde Familiar tipo B onde os vencimentos dos clínicos são superiores e por conseguinte mais atractivos.

Um médico de família em USF tipo B, recebe entre seis a sete mil euros de salário bruto, podendo os coordenadores destas unidades chegar aos oito mil euros. Nas unidades de modelo A os clínicos da especialidade recebem menos de três mil euros.

Sobre a falha no atendimento de telefones nesta unidade de saúde, problema que, tal como O MIRANTE noticiou, dura há vários meses, o presidente do município adiantou que a nova central telefónica deverá ser instalada em Maio.