Política | 13-05-2022 15:00

“Benfica tem que chutar à baliza e não andar com rodriguinhos”

Presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, lamenta que prazos dados pelo SL Benfica para avançar com obras nas devolutas cafetarias do Jardim da Liberdade não estejam a ser cumpridos

Nova Casa do Benfica em Santarém, a construir em imóveis municipais, tarda em sair do papel e o presidente da câmara reconhece que o processo tem-se arrastado em demasia. Assunto voltou a ser debatido em reunião do executivo.

A nova Casa do Benfica em Santarém não ata nem desata e o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), diz que está na hora do SL Benfica se “deixar de rodriguinhos” e “chutar à baliza”. Os prazos que têm sido anunciados são sucessivamente ultrapassados, sem que se vislumbrem sinais de obras nas antigas e devolutas cafetarias do Jardim da Liberdade, cedidas gratuitamente pelo município ao SL Benfica para implementar o projecto.
Na última reunião do executivo, a vereadora Sofia Martinho (PS), que tem mantido o assunto à tona, pediu mais uma vez explicações sobre o processo, lembrando que “há anos” que fala no assunto. Em Janeiro último, o presidente da câmara tinha revelado à vereação que, segundo informações que recebera de uma pessoa ligada ao clube, as obras avançariam em Fevereiro ou Março e que se perspectivava a inauguração para o dia 10 de Junho. Como nada aconteceu entretanto, Sofia Martinho perguntou o que é que a Câmara de Santarém tem feito, nem que seja no sentido de obter explicações. “Há limites para tudo e daí querer saber o ponto da situação sobre um problema que se arrasta há demasiado tempo”, vincou.
Ricardo Gonçalves ressalvou que as datas avançadas não partiram de si e adiantou que vai ter uma reunião com o clube no final deste mês concordando que o projecto não se pode eternizar. “O Benfica tem que chutar à baliza e não andar com rodriguinhos. Queremos dados concretos”, atirou o autarca.
A pandemia e as eleições no SL Benfica foram justificações avançadas para o arrastar do processo. Nos últimos três anos foram várias as datas avançadas, quer para o início das obras quer para a inauguração do novo espaço, que nunca foram cumpridas. As obras têm uma duração prevista de três a quatro meses e um investimento que ronda um milhão de euros, mais 600 mil euros que o inicialmente previsto dadas as alterações feitas ao projecto e ao estado “bastante degradado” em que se encontram as antigas cafetarias do Jardim da Liberdade, referiu na altura o director do departamento das Casas do Benfica, Jorge Jacinto.
O projecto-piloto das novas Casas do Benfica, que arrancará em Santarém, terá diversas valências para além de serviços e uma loja ligados ao clube. Vai também ter um restaurante. Estima-se que sejam criados cerca de 40 postos de trabalho.
Recorde-se que no final de 2018 a Câmara de Santarém deliberou a desafectação do domínio público para o domínio privado do município das cafetarias do Jardim da Liberdade, em Santarém, com a finalidade de as ceder ao Benfica, o que suscitou polémica na assembleia municipal. Tratou-se de um passo administrativo necessário ao desenvolvimento do processo, mas alguns deputados municipais insistiram sobre a necessidade dessa transição e quiseram saber mais alguns contornos do negócio. Um grupo de cidadãos também tomou posição criticando a cedência ao clube da águia daquele património municipal numa zona nobre da cidade, defendendo outra localização.
O MIRANTE contactou o SL Benfica para tentar obter alguns esclarecimentos não tendo recebido resposta até ao fecho desta edição.

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