Política | 23-07-2022 09:59

Demissões, insultos e rancores no Chega de VFX

Pedro Martins é o novo coordenador do núcleo concelhio de Vila Franca de Xira. fotoDR

De um dia para o outro o núcleo concelhio e a coordenação autárquica do Chega de Vila Franca de Xira bateram com a porta queixando-se de insultos, inacção e complacência das estruturas distritais e nacionais do partido.

O final da última semana foi tumultuoso no Chega de Vila Franca de Xira com muitas trocas de galhardetes e insultos entre militantes por causa da demissão em bloco anunciada pelo Núcleo Concelhio e a Coordenação Autárquica Local.
O primeiro sinal veio a público na quarta-feira, 13 de Julho, quando nenhum vereador do Chega esteve presente na reunião de câmara. Ao que se soube, o vereador eleito, Barreira Soares, estava impossibilitado, e quem o devia substituir disse em cima da hora que não podia. A outra alternativa estava longe do local da reunião e só podia participar por videoconferência, algo que, por já ter sido alterada a legislação excepcional da Covid, não foi permitido.
No dia seguinte foi anunciada a demissão em bloco do núcleo concelhio do Chega. E na sexta-feira, 15 de Julho, a distrital de Lisboa do Chega nomeou novos membros para a concelhia escolhendo Pedro Martins como novo coordenador e colocando na estrutura Barreira Soares, Francisco Fonseca, Filipa Silva e Gustavo Alves.
Os demissionários, liderados por João Neves, queixam-se de há cerca de um ano serem frequentemente insultados por eleitos e militantes, não apenas a nível político como pessoal e quando bateram com a porta fizeram-no com estrondo não tendo faltado insultos, acusações e lavagem de roupa suja.
Em nenhum outro lugar essa troca de galhardetes foi mais intensa do que nas conversas do grupo Chega de Vila Franca de Xira na plataforma Whatsapp, a que O MIRANTE teve acesso. Até Barreira Soares, o primeiro vereador eleito por aquele partido, foi forçado a interagir lamentando que o trabalho do grupo demissionário nunca tenha existido, não tendo havido aumento do número de militantes e criticando, inclusive, o que disse ser um regime totalitário imposto pelo núcleo onde não havia, alegadamente, liberdade de expressão.
Já o grupo demissionário tem outra perspectiva. “O núcleo pediu auxílio desde as eleições autárquicas de várias formas, junto do presidente da distrital de Lisboa e seus vice-presidentes, bem como junto do coordenador autárquico distrital. Sendo que das vezes que houve intervenção por parte dos mesmos, não só não ajudaram a resolver o problema como acabaram por o exacerbar devido à inacção e complacência”, queixam-se.

Problemas constantes
O grupo demissionário diz que apesar de tudo conseguiu manter a concelhia do Chega a funcionar e que o único apoio que recebeu foi um pedido de reunião da distrital onde os dirigentes foram acusados de falta de trabalho, “não tendo a humildade de admitir que os problemas se mantiveram pela inércia e complacência”. Um exemplo terá sido o pedido de integração de um novo membro, para o núcleo poder ter o número ímpar a que os estatutos obrigam e à qual nunca terá sido dada resposta.
“Apesar da nossa demissão iremos continuar a estar presentes na vida do partido e do nosso concelho. Isto não é um adeus, é um até já”, garantem os demissionários João Neves, Romana Lopes, Bruno Martins (actual eleito da Assembleia de Freguesia de VFX) e Inês Runa.
A O MIRANTE, o presidente da distrital, Pedro Pessanha, explica que no seu entendimento não houve demissão mas sim afastamento do núcleo por causa dos “constantes problemas” entre núcleo e militantes, situação que considerou já se arrastar há demasiado tempo. “Apesar das inúmeras reuniões tidas entre membros da distrital, do núcleo e militantes, a verdade é que nunca conseguimos chegar a um consenso e sanar o problema. E quando alertámos o coordenador sobre a necessidade de mudança fomos surpreendidos pelo seu imediato pedido de demissão”, explica.

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