A situação veio esfriar relação com a maioria socialista, onde até aqui Luís Forinho tem sido o fiel da balança uma vez que tem votado quase sempre a favor dos socialistas, que têm três eleitos, os mesmos que o PSD. Declarações continuam a dar que falar nas reuniões de câmara, como aconteceu na última sessão, em que acusou a maioria socialista de falta de respeito pelas opiniões contrárias.

A relação entre o vereador do Chega, Luís Forinho, que se desvinculou do partido e agora é independente na Câmara do Entroncamento, e a maioria socialista, liderada pelo presidente Jorge Faria, já viu melhores dias. Em causa estão vários comentários que o autarca eleito pelo Chega fez num vídeo colocado nas redes sociais – que já não está disponível – onde afirma, com confessado orgulho, ser homofóbico. Luís Forinho acrescentou que desde os princípios da sua existência sempre existiram dois géneros: feminino e masculino. “Quando se defende a promoção da política de igualdade de género deveria antes ser promoção da política de direitos e deveres iguais para todos, sem distinção”, afirmou.
Estas declarações levaram os socialistas na Câmara do Entroncamento, liderada por Jorge Faria, a lerem uma declaração onde repudiam as afirmações de Luís Forinho. “Tendo vindo a público declarações do senhor vereador Luís Forinho, nomeadamente nas redes sociais, onde qualifica a homossexualidade de um modo verdadeiramente impróprio, que nos escusamos a repetir, o que revela uma postura homofóbica intolerante, os eleitos do PS vêm por este meio repudiar tais declarações afirmando que os princípios que nos devem reger são de respeito, tolerância, igualdade e liberdade, princípios constitucionais, legalmente previstos e que nenhum eleito pode prescindir de cumprir”, referiu o vereador Carlos Amaro.
Luís Forinho não se manifestou sobre o assunto durante a sessão camarária em que o PS se demarca da sua opinião. No entanto, na última reunião, realizada a 2 de Novembro, mostrou-se indignado com a declaração do PS que, considera, demonstra falta de democracia. A declaração do PS foi “um abuso e um descaramento ao dizerem que tive uma postura menos própria, homofóbica, intolerante, por declarações minhas nas redes sociais”, sublinhou, acrescentando que não cometeu crime nenhum e defendeu o seu direito à liberdade de expressão.
Jorge Faria respondeu que Luís Forinho pode dizer o que quiser, enquanto cidadão, mas já não é assim quando fala enquanto vereador e membro do executivo. Também a concelhia do PS do Entroncamento se manifestou em relação a este assunto, sublinhando que “não se pode interpretar liberdade de expressão ou de opinião com uma licença para expor pensamentos que ferem o próprio direito de liberdade, no caso concreto o direito de livre orientação sexual”.