Política | 19-06-2022 12:00

Presidente do CIRE tentou incendiar reunião da Câmara de Tomar e saiu derrotada

A presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas, e a presidente do CIRE, Célia Bonet estão numa guerra institucional com movimentações políticas

Célia Bonet foi à reunião pública do executivo da Câmara de Tomar perguntar se as obras de requalificação da instituição vão continuar paradas. Mas a antiga vereadora do PSD não conseguiu “entalar” a presidente da câmara, Anabela Freitas, que mostrou não estar para negociar numa guerra em que o município se sente traído com o facto de a instituição tentar colocar as instalações em seu nome nas costas da autarquia que garante ser a dona do espaço.

A presidente do Centro de Integração e Reabilitação (CIRE) foi à reunião de câmara de Tomar para tentar ficar por cima de um conflito que iniciou com a autarquia, mas levou uma resposta à letra da presidente do município. A dirigente associativa Célia Bonet, que já foi vereadora do PSD, tentou provocar politicamente a maioria socialista usando a reunião pública do executivo, em vez dos canais institucionais, para colocar o ónus no município ao perguntar se as obras de requalificação das antigas instalações iriam prosseguir afirmando que, em caso contrário, fecharia o serviço. Isto quando promoveu o processo de usucapião do terreno das instalações para a posse do centro, nas costas do município, que agora está na posição de não poder legalmente investir num espaço que não é seu. O tiro mediático que Célia Bonet queria disparar acabou por lhe sair pela culatra com a presidente do município, Anabela Freitas, a dizer-lhe que o executivo tinha aprovado por unanimidade atribuir 50 mil euros de apoio à instituição para realizar a obra num terreno que era municipal e que as premissas entretanto foram alteradas unilateralmente pela instituição. “Da mesma forma que tivemos que anular um concurso para construção de um edifício em terreno que não era nosso, temos de fazer exactamente o mesmo com o CIRE porque temos de cumprir com a legalidade”, explicou a autarca, acrescentando que as obras nas instalações do centro foram suspensas por decisão sua quando soube que o terreno tinha mudado de proprietário. Anabela Freitas foi clara sobre a sua posição ao dizer que a câmara não vai fazer obras numa coisa que não é dela. Numa guerra institucional com movimentações políticas e, ao que parece, pessoais, Célia Bonet disse na sua intervenção que “os pais dos alunos com deficiência precisam de saber se os inscrevem na instituição no próximo ano lectivo e a direcção precisa de saber se pode dar continuidade à valência em Tomar”. Colocando a hipótese de os utentes serem encaminhados para Ourém ou Torres Novas, a presidente do CIRE tentou ainda pressionar a gestão socialista ao dizer que os técnicos e funcionários não estão disponíveis para continuar a trabalhar nas actuais instalações.
Recorde-se que o município decidiu parar as obras que tinha aceitado fazer depois de saber que o CIRE tinha iniciado um pedido de usucapião para tomar posse do terreno onde está o edifício, com a particularidade de o edital do processo ter sido publicado num jornal de Ferreira do Zêzere que praticamente não tem circulação em Tomar. O vice-presidente da câmara, que deu a conhecer a decisão de suspender os trabalhos, acusou a instituição de agir de “má-fé”. A direcção da instituição diz que não encontrou qualquer registo de que o terreno onde está o edifício pertença à autarquia, mas o município assegura que na altura o terreno foi cedido para instalar a associação e que acção da instituição “lesa o património público.

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