Política | 02-08-2022 10:00

Presidentes de junta queixam-se da verba atribuída pela Câmara de Azambuja

Autarcas das freguesias reclamavam um aumento de 10%, mas o acordo com o município foi fechado por metade e nove meses após a tomada de posse.

Os presidentes das Juntas de Freguesia de Aveiras de Baixo e Aveiras de Cima, José Martins e António Torrão, respectivamente, consideram que o aumento de 5% das verbas transferidas pela Câmara de Azambuja referentes aos acordos de delegação de competências e aos contratos interadministrativos é insuficiente para fazer face às despesas. “Este foi o acordo possível, que com a subida da inflação e dos preços dos combustíveis vem minimizar muito pouco”, disse a O MIRANTE José Martins (PSD), acrescentando que no documento inicial não constava a verba para a manutenção de novas infra-estruturas, como o parque infantil das Virtudes.
Nas duas reuniões que realizaram com o presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio, os autarcas das sete freguesias do concelho reclamaram um reforço da verba de 10%, rejeitado pelo município. “Um aumento de 20% para quatro anos [5% cada ano] foi o melhor que conseguimos. Enquanto dependermos da câmara municipal temos que nos sujeitar ao que nos querem dar”, afirmou ao nosso jornal o autarca da CDU que lidera a freguesia de Aveiras de Cima.
Também a demora no agendamento desta proposta, que foi votada e aprovada na reunião do executivo camarário realizada a 12 de Julho, é motivo de queixa tendo em conta que passaram nove meses desde a tomada de posse dos órgãos autárquicos. “As freguesias mais pequenas que têm menos recursos não estão a fazer o trabalho como deve ser por falta de dinheiro”, refere José Martins, dando como exemplo a necessidade de contratar mais trabalhadores para a limpeza de ruas e corte da vegetação.
A proposta foi aprovada com os votos favoráveis do PS e CDU (4), uma abstenção do Chega e dois votos contra do PSD, justificados em declaração de voto por considerarem que a proposta apresentada é ilegal uma vez que se trata de um aditamento aos contratos celebrados entre executivos da câmara e juntas de freguesia extintos.

Vereadora do Chega diz que há muito que as verbas não chegam
Durante a apresentação e discussão da proposta também a vereadora do Chega, Inês Louro, considerou que o aumento é diminuto afirmando que este acordo “não vem melhorar praticamente nada face ao aumento dos custos” e que as juntas de freguesia têm vindo a trabalhar de forma “deficitária” com os valores que são transferidos. “Os presidentes de junta andam a fazer omeletes sem ovos porque há muito tempo que as verbas transferidas não chegam”, disse. A vereadora, que foi presidente da Junta de Azambuja, lembrou ainda que entregou uma proposta antes da aprovação do orçamento municipal onde sugeria um aumento de verba de 20% para as freguesias.

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