Os vereadores do PSD na Câmara do Entroncamento apresentaram uma proposta de auditoria a todos os concursos para contratação de recursos humanos dos últimos 20 anos no município, onde PS e PSD dividiram a gestão da câmara, mas a maioria socialista e o vereador do Chega chumbaram essa intenção.
O objectivo dos vereadores social-democratas era comprovar a conformidade ou não de todas as fases dos processos. A proposta foi chumbada com os três votos do PS e um do vereador do Chega, que superaram os três votos a favor dos autarcas do PSD. A proposta do PSD teve em conta as afirmações e insinuações do vereador do Chega, Luís Forinho, sobre a forma como se efectuaram os procedimentos concursais para recrutamento de recursos humanos na Câmara do Entroncamento.
O PSD propôs que se auditasse os processos relativos aos dois funcionários mencionados pelo vereador do Chega, nomeadamente a filha do ex-presidente da câmara, o social-democrata Jaime Ramos, e o filho de um ex-vereador do PSD, com o objectivo de “ajudar a esclarecer o teor das observações proferidas”, referem os vereadores social-democratas.
Se a proposta tivesse sido aprovada a auditoria iria incidir, não só nestes dois casos, como também sobre todos os processos de recrutamento compreendidos entre os anos de 2001 e 2013, período que abrange três mandatos do PSD e os dois últimos mandatos do PS. “Gostaríamos de auditar as conformidades e não conformidades de todos os processos de recrutamento na totalidade”, esclareceu o vereador social-democrata Rui Madeira.
O vereador do PSD referiu que “quando se fala em compadrio estão a utilizar-se palavras fortes. Não podemos estar constantemente a denegrir as instituições públicas e os funcionários públicos. Sabemos que há um desgaste e gostaríamos de terminar com esse assunto”, sublinhou o vereador do social-democrata.
O vereador do Chega, Luís Forinho, disse que a sua anterior proposta, para que o procedimento no processo de contratação pública dos recursos humanos seja feita por uma entidade externa, traduz aquilo que acha ser “justo” e que tal não significa que dentro do município “não existam pessoas capacitadas”. Rui Gonçalves (PSD) criticou a posição de Luís Forinho:. “Levanta-se a suspeita e a seguir foge-se. Essas afirmações são brincar à política por quem, pelos vistos, não tem muita arte de a fazer”.
Já o presidente da Câmara do Entroncamento, o socialista Jorge Faria, expressou a sua “total confiança” nos recursos humanos e “respectivos procedimentos desenvolvidos” no município e não apenas durante o tempo em que tem sido presidente. “Estarei sempre disponível, e é uma boa prática que haja auditorias por amostragem a determinados processos. Com base nestas tentativas de tentar dizer que A disse e B disse não me parece o modo mais adequado”, afirmou.