Política | 10-06-2022 18:00

PS perdeu maioria absoluta na Assembleia Municipal de VFX por causa de Célia Monteiro

Célia Monteiro era líder das mulheres socialistas de Vila Franca de Xira e sai descontente com o partido e a concelhia liderada por Paulo Afonso. fotoDR

Célia Monteiro deixou a bancada socialista sem maioria absoluta na Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira, onde vai continuar o mandato como independente. Na hora da saída queixa-se de uma “crescente falta de decoro, promiscuidade e devassa” da sua vida privada.

A arquitecta Célia Monteiro, ex-presidente das Mulheres Socialistas de Vila Franca de Xira, desfiliou-se do PS na última semana desanimada com o funcionamento da estrutura concelhia e a decisão custou à bancada socialista na assembleia municipal a perda da maioria absoluta conquistada nas últimas eleições.
A bancada socialista tinha 14 eleitos que, somados aos seis presidentes de junta, somavam 20 votos na assembleia, mais um que os 19 votos de toda a oposição. Célia Monteiro sai do PS mas já garantiu a O MIRANTE que se vai manter na assembleia municipal como eleita independente, situação que pode desequilibrar a relação de forças naquele órgão e obrigar os socialistas a um maior cuidado na hora das negociações. Célia Monteiro garante que não vai virar costas aos socialistas e não descarta convergências.
Diz ter saído por não ter encontrado no partido o espaço necessário para poder criticar construtivamente o rumo seguido e acusa a liderança socialista de “crescente falta de decoro, promiscuidade e devassa” da sua vida particular, lamentando o ataque à sua honra e reputação que, diz sem especificar, considera inqualificável e “com alcance jurídico” a considerar.
“A luta partidária não me sensibiliza. Identifico-me com as pessoas e as necessidades de hoje para resolver amanhã. Estar na vida política activa não significa querer o lugar de alguém. Tem de poder significar ver, ouvir e poder criticar construtivamente e eu não encontrei esse espaço”, lamenta. Célia Monteiro diz também sentir-se desanimada com a falta de atenção dada à estrutura que presidia, as Mulheres Socialistas de Vila Franca de Xira. “Foi muito desinteressante gerir o incómodo. Foi pouco gratificante ver a falta de apreço dos principais protagonistas pela estrutura que presidia”, critica, considerando que é redutor dizer que o motivo da sua saída é apenas uma incompatibilidade com o líder da concelhia, Paulo Afonso.

Concelhia pondera queixa-crime por falsificação de e-mail
O assunto veio a lume depois da carta de renúncia de Célia Monteiro ter sido enviada para vários jornais através de uma conta falsa que se fez passar por uma comunicação oficial da concelhia socialista. Contactado por O MIRANTE, Paulo Afonso recusa tecer comentários às declarações de Célia Monteiro até que o possa fazer diante dos militantes da concelhia numa reunião que antes da polémica já estava agendada para 8 de Junho.
O líder do PS de Vila Franca de Xira manifesta a sua “grande preocupação legal” com a usurpação do nome da concelhia através da circulação de um e-mail falso e diz esperar que o partido possa avançar com uma queixa-crime na justiça para identificar o autor da missiva. “Continuaremos a ter uma maioria relativa na assembleia e espero contar com a Célia Monteiro no alinhar de posições nas votações do PS”, explica o líder da concelhia. Célia Monteiro nega qualquer envolvimento no processo de envio do e-mail.

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