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Deixaram acabar as pílulas

Deixaram acabar as pílulas

Centros de saúde do distrito de Santarém sem contraceptivos orais gratuitos

O apertar do cinto também já parece ter chegado ao planeamento familiar. A distribuição gratuita de pílulas contracepcionais nos centros de saúde foi reduzida drasticamente.

A distribuição gratuita das pílulas nos centros e extensões de saúde do distrito de Santarém foi interrompida, nos últimos três meses de 2003, pela Sub-Região de Saúde. As consultas de planeamento familiar continuam a realizar-se nos 22 centros e 170 extensões de saúde do distrito, mas os métodos contraceptivos disponibilizados aos utentes dos serviços limitam-se aos preservativos, dispositivos intra-uterinos e algumas pílulas sem grande saída.Em Setembro, os responsáveis pela gestão dos contrace-ptivos, nas várias unidades de saúde foram informados da mudança e tiveram que tentar gerir da melhor forma a redução das caixas de anticoncepcionais. A enfermeira responsável do Centro de Saúde de Santarém, Manuela Vieira, revela que na capital do distrito a grande prioridade foi dada aos casos sociais mais problemáticos, as situa-ções de pessoas desfavorecidas e o gabinete de apoio à sexualidade que funciona no Instituto Português da Juventude. Trata-se de uma consulta que funciona com duas enfermeiras e que disponibiliza também de forma totalmente gratuita os métodos de contracepção oral a jovens, já que se trata de uma população de risco. O objectivo é evitar o engrossar das listas da gravidez na adolescência. “Aqui não se notou esta quebra. Tivemos que fazer uma triagem”, garante a enfermeira.Só em Santarém cerca de 1500 mulheres recorrem ao serviço de planeamento familiar para obter de forma gratuita a pílula. “O planeamento familiar é um direito”, assegura a enfermeira.O número de unidades distribuído a cada centro de saúde é estabelecido de acordo com a média dos últimos meses. Os responsáveis pela gestão dos meios registam as saídas e enviam depois o pedido com o número total de pílulas requisi-tadas, todos os meses.Alguns centros de saúde viram-se mesmo obrigados a contactar empresas de propaganda médica para pedir algumas amostras gratuitas para distribuir. Ao que O MIRANTE apurou, a distribuição regular das pílulas deverá ser retomada ainda durante o mês de Janeiro.Contactado pelo nosso jornal, o coordenador da Sub-Região de Saúde de Santarém, Fernando Afoito, disse apenas que o planeamento familiar não está posto em causa, uma vez que os utentes recebem uma receita que permite a aquisição comparticipada da pílula. “Não há aqui demissão do Estado, porque os contraceptivos são receitados e compram-se na farmácia”. O responsável admite apenas que, por ser final do ano, tenha havido alguma ruptura no stock. Fernando Afoito explica que o desequilíbrio está relacionado também com as mudanças de prescrição, que leva a algumas alterações no mercado. O orçamento anual para a distribuição de meios de contra-cepção, no âmbito do planeamento familiar, na Sub-Região de Saúde de Santarém ronda os 800 mil euros. O MIRANTE apurou que a situação será localizada no distrito de Santarém, já que nos centros de saúde vizinhos de Azambuja e Vila Franca de Xira não há qualquer problema ao nível da distribuição de pílulas.
Deixaram acabar as pílulas

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