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Autarcas falam em análises “manipuladas”

Técnica de ambiente da CCDR não encontra explicação para morte de peixes no Alviela

O vereador do ambiente da câmara de Santarém e o presidente da Junta de Vaqueiros contestam as explicações oficiais relativas à morte de peixes ocorrida no rio Alviela a semana passada. A técnica de ambiente da CCDR diz que não foi encontrado nada de anormal e é acusada de “manipulação”

A causa da morte de peixes no rio Alviela, junto a Vaqueiros, Santarém, ocorrida na semana passada, continua por determinar, com as análises à água recolhida na ocasião a revelarem valores considerados normais.Segundo Cristina Soares, técnica de Ambiente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo, das várias análises realizadas à água recolhida nos dias 27 e 29 de Julho não foi encontrado “nada de anormal”, tendo em conta os valores habitualmente registados naquele local.“Comparámos com os dados registados desde Maio de 2003, para apanharmos o período do último Verão, e, embora os valores variem, não encontrámos nada” que indicie a presença de elementos que pudessem causar a morte aos peixes, disse aquela técnica.Cristina Soares admitiu que as mortes poderão estar relacionadas com o calor e o caudal reduzido do rio, sendo, no seu entender, impossível averiguar se houve alguma descarga ilegal de efluentes.O vereador da Câmara Municipal de Santarém com o pelouro do Ambiente, Joaquim Neto, disse à Agência Lusa estranhar o resultado das análises, uma vez que existirão documentos que indicam que a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, que recebe os efluentes das indústrias de curtumes, não cumpre os limites impostos pela lei.Segundo disse, o veterinário municipal conseguiu segunda-feira recolher dois peixes ainda com vida (a fim de poderem ser analisados), estando um laboratório de Lisboa a proceder às análises para averiguar as causas da morte de um elevado número de peixes.Por sua vez, o presidente da Junta de Freguesia de Vaqueiros, Firmino Oliveira, declarou-se indignado com os resultados das análises, considerando-os “escandalosos” e parte da “manipulação” para esconder o problema.Afirmando que ainda segunda-feira era possível ver enguias à superfície, Firmino Oliveira questionou se isso será normal, sublinhando que, desde Outubro, já morreram milhares de peixes no Alviela.Na situação detectada na passada semana, em que foram encontrados peixes mortos numa extensão de “três ou quatro quilómetros”, encheram-se vários sacos de lixo de 100 quilos de espécimes, alguns de grande dimensão.“As pessoas nem acreditavam que o rio, depois dos problemas que teve no passado, tivesse tal quantidade de peixe e tão grande.Este é um rio de peixe que regenera rapidamente se lhe derem condições para isso”, afirmou.Firmino Oliveira está a elaborar um memorando sobre os sucessivos alertas que tem lançado à tutela desde Outubro de 2001, dando conta do impacto que a degradação do sistema de Alcanena está a ter no rio, para entregar ao novo ministro do Ambiente.O documento foi-lhe pedido por Nobre Guedes, numa reunião realizada há poucos dias a pedido do ministro, que se comprometeu a analisar o problema.Firmino Oliveira disse à Lusa ter ficado a saber nessa reunião que a Comissão criada pelo ex-ministro Amílcar Theias para encontrar uma solução para o problema não fez qualquer reunião.O MIRANTE/Lusa

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