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Dormiu à porta da câmara em protesto contra fecho do bar

Dormiu à porta da câmara em protesto contra fecho do bar

Proprietário de bar em Marinhais fala em perseguição

O proprietário do bar dançante M-Club, em Marinhais, acusa a presidente da Câmara de Salvaterra de Magos de ter mandado encerrar o seu estabelecimento por questões pessoais e políticas. Na noite de sexta-feira João Brardo e a filha de 12 anos dormiram à porta da câmara em protesto. A autarquia não esclareceu.

O encerramento do bar dançante M-Club, em Marinhais, levou o seu proprietário, João Brardo, a passar a noite frente à Câmara de Salvaterra de Magos na sexta-feira, 30 de Julho. Foi a forma de protesto que encontrou para contestar a acção que atribui a presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, Ana Cristina Ribeiro. Algum tempo depois de se acomodar João Brardo foi “convidado” pela GNR local a abandonar o sítio de pernoita e dormiu no jardim em frente da autarquia. Horas antes, dois fiscais da autarquia e militares da GNR, apresentaram-se à entrada do estabelecimento, na rua Joaquim Padeiro, em Marinhais. Segundo o proprietário, entraram e, sem darem justificação, selaram as portas com autocolantes identificativos da edilidade.O bar está aberto ao público desde Fevereiro de 2004, altura em que foram concedidas licenças provisórias de três dias (entre sexta-feira a domingo) e estabelecido o horário de funcionamento. A partir daí João Brardo colocou o negócio em nome da filha de 12 anos e não mais obteve licenças, mas garante que a presidente Ana Cristina Ribeiro garantiu à sua filha, na quinta-feira, 29 de Julho, que podia abrir o estabelecimento.De acordo com documentos que O MIRANTE pôde verificar, foram emitidos alvarás de licença de ruído (03/2004, 05/2004 e 06/2004), assim como um parecer em nome de Cláudia Brardo, com o cunho do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, Delegada Concelhia de Saúde, Governo Civil de Santarém e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, que aprovam o projecto de adaptação e ampliação do edifício a bar dançante.O empresário considera estar a ser perseguido pessoal e politicamente pela edil de Salvaterra e questiona a legalidade do funcionamento de outros bares do concelho que nomeou ao repórter. Com o bar parado e caso a situação não conheça uma evolução favorável, João Brardo admite recorrer aos tribunais para que o M-Club possa voltar a funcionar, com fins-de-semana cheios. “É o único espaço na região frequentado por pessoas na casa dos 50 anos para cima, com grandes casas no sábado à noite e domingo à tarde. Os prejuízos acentuam-se, até porque havia contratos feitos com grupos para actuarem, que continuam a ser pagos sem darem os concertos”, assegura. O empresário diz ter investido cerca de 185 mil euros na remodelação do local para preparar um espaço com todas as condições, com cerca de 600 metros quadrados de área coberta.O caso do tractorO curioso é que dentro de toda a área coberta do bar, que compreende um salão de baile, um armazém, escritório, casas de banho e um quarto, está sedeada a empresa CBS Tractores Unipessoal, Lda, pertença de João Brardo.Um local que está momentaneamente inacessível e onde João Brardo não pode consultar sistema informático, telefones, facturação, entre outros aspectos relacionados com a vida da empresa, que se encontra paralisada.Segundo documentos da empresa, a Câmara de Salvaterra de Magos alugou um tractor a 12 de Fevereiro deste ano pelo preço de 25 euros por hora mas, desde então, não terá havido mais notícias da máquina alugada. João Brardo conta que há dias o tractor apareceu numa propriedade sua longe da sede da empresa, sem que fosse avisado. Sem conhecimento oficial do fim do aluguer, estão a ser facturados 200 euros por dia à autarquia salvaterrense, e já passaram seis meses de Fevereiro até ao final de Julho. Somando as facturas a verba ascende a mais de 40 mil euros.O MIRANTE contactou a presidente da Câmara de Salvaterra de Magos via fax solicitando esclarecimentos sobre os assuntos que envolvem a autarquia, mas até ao fecho da edição Ana Cristina Ribeiro não esteve disponível para esclarecer os leitores e os munícipes.
Dormiu à porta da câmara em protesto contra fecho do bar

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