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Venha o novo hospital

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Obras nas urgências do Hospital de Vila Franca começaram segunda-feira mas utentes preferiam outra solução

As obras de remodelação e adaptação das urgências do Hospital Reynaldo Santos, em Vila Franca de Xira, arrancaram na segunda-feira e com elas vieram os primeiros apertos. Ambulâncias e carros particulares foram-se acumulando na apertada entrada, mas os utentes ouvidos nem ligaram muito.

Os andaimes e respectivas protecções já estavam montados há vários dias mas as obras prometidas no serviço de urgências do Hospital de Vila Franca de Xira só começaram cerca das 08h30 desta segunda-feira, quando apenas uma dúzia de utentes aguardava na sala de espera. Algumas das condicionantes que eram esperadas no acesso ao banco de urgências com o início dos trabalhos acabaram por não se verificar.A zona onde habitualmente as viaturas de emergência deixam os doentes vai ser adaptada para salas de espera dos bancos de urgência de adultos e crianças. Apesar da proibição de paragem e estacionamento na zona habitual, as ambulâncias chegaram à urgência, pararam e estacionaram por baixo do edifício, movimentando-se por um espaço apertado. Não mais de dez metros de comprimento e cerca de três metros de largura permitem a movimentação dos veículos de emergência, que rasam os três pilares que ficam ao meio.Com a instalação dos andaimes o espaço tornou-se ainda mais exíguo, implicando um acesso em formato de curva. Houve mesmo situações em que se criou um estacionamento com três ambulâncias em paralelo, além da chegada de alguns carros particulares.Outra situação prevista que não se verificou no primeiro dia de obras foi o acesso dos doentes destinados ao serviço de Fisiatria que, em vez de ser realizado pela porta de acesso aos serviços administrativos, continuou a ser feita junto ao terminal Multibanco, em frente às urgências.A escolha do período de férias para a realização das obras e a melhoria das condições das urgências de adultos e pediátricas, com mais espaços e melhores condições para utentes e profissionais do hospital, pouco impressionaram os utentes que O MIRANTE ouviu durante aquela manhã. Apesar de um aviso colocado na parede junto ao local colocado pela administração do hospital, onde se pede desculpa pelo incómodo das obras e se promete ser breve.Joaquim Teixeira veio do Bairro, Alenquer, às 09h30, para acompanhar o pai às urgências, mas não sabia da existência de obras no local. Tinha apenas quatro pessoas à sua frente. O movimento de ambulâncias era reduzido e espaçado. Em seu entender as obras são compreensíveis enquanto não se avança para a construção de um novo hospital. “O espaço é demasiado pequeno para a população que abrange e em Alenquer só há um centro de saúde. Em Vila Franca de Xira há bons profissionais mas poucas condições de trabalho”, opinou.Proveniente do Porto Alto, Helena Batista esteve a acompanhar a mãe no Serviço de Observação (SO), mas revela que não costuma demorar-se mais que três quartos de hora quando vai às urgências. Mesmo assim considera que aquele tipo de remodelações não leva a lado nenhum. “Vão gastando aos poucos e nunca fica uma coisa como deve de ser”, afirmou a O MIRANTE.Entrou no atendimento de pediatria com o filho pouco passava das dez horas. Maria Ribeiro, de Casais Novos, aguardava calmamente a consulta. O único inconveniente era o barulho das máquinas e dos operários a bater nas paredes por cima das urgências. Apesar das benfeitorias, considera que Vila Franca de Xira e toda a região estão necessitados de um novo hospital. “Não tenho nada a apontar em termos de assistência mas o hospital é demasiado pequeno para tanta gente que aqui vem”.Quem também não compreende a opção pela realização de obras nas urgências é Floriano Pinheiro, que “desceu” da freguesia de S. João dos Montes e que tinha chegado às urgências pouco passava das 10h30. Em seu entender é necessário um hospital duas a três vezes maior que o actual. Fernanda Carapinha não gostou de ver como as obras junto às urgências perturbavam com barulho pessoas debilitadas, num local frequentado por crianças e idosos. “É o estado do país”, desabafou a O MIRANTE, recordando que faltam médicos. Habitualmente dirige-se ao Centro de Saúde de Azambuja, apenas recorrendo a Vila Franca de Xira quando aconselhada a tal. Por enquanto, os utentes apenas falam que a grande prioridade deve ser a construção de um novo hospital em Vila Franca de Xira, mas até Setembro, prazo previsto para a conclusão das obras nas urgências, a confusão deve aumentar.
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