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Dinheiro deitado à valeta

Dinheiro deitado à valeta

Câmara de Tomar manda destruir 240 metros de valeta na Charneca da Peralva
A Câmara de Tomar mandou deitar abaixo 240 metros de valeta construídos na rua Principal da Charneca da Peralva, uma semana depois de a população contestar a obra. “Um desperdício de dinheiro”, criticam os habitantes.Os residentes na rua principal de Charneca da Peralva, concelho de Tomar, não se conformam com a “espécie” de valeta que a câmara mandou construir à frente das suas casas.Ao contrário das já existentes ao longo da rua Senhora da Luz, a valeta construí-da junto ao aglomerado populacional tem apenas seis centímetros de profundidade para uma largura de pouco mais de vinte. “Isto não dá nem para os gatos fazerem xixi”, critica uma moradora.A explicação para a execução daquela obra é simples. Para evitar a construção de inúmeras passagens de acesso às habitações, a Câmara de Tomar optou por fazer uma valeta menos profunda, de modo a que os veículos e as pessoas passassem por cima.No dia 6 de Janeiro, quando os moradores da rua Principal foram confrontados com a dimensão da valeta, questionaram de imediato a empresa que estava a fazer os trabalhos. Mas o empreiteiro tinha ordens claras e continuou a obra.O presidente da Junta de Freguesia de Paialvo foi chamado e, confrontado com a situação, comunicou o problema à câmara. Só dois dias depois e após muitos telefonemas, o presidente do município foi ao local, quando alguns moradores já tinham partido o cimento em frente às suas portas.“Tenho que andar a pôr umas traves em madeira na valeta de cada vez que tenho de sair com o carro”, critica um habitante à passagem de O MIRANTE, adiantando que prefere não ter qualquer valeta junto à sua casa do que ter aquela. “Se isto ficar assim, quando chover a água vem lá de cima e entra-me pela casa”, lamenta-se Rafael Matias, um idoso de 90 anos. “Se a água lá for para dentro a quem vou pedir responsabilidades?”, questiona.O presidente do município, António Paiva (PSD), acabou por dar razão à população. Ao fim de 240 metros, de um total de 400 previstos, a construção da valeta parou. E o projecto foi reformulado.A solução agora é destruir o que já foi feito, escavar mais e construir um colector, colocando umas grelhas entre a estrada e as entradas das habitações. As pessoas vão ficar com um passeio à porta, passando a água por baixo.O presidente da Junta de Freguesia de Paialvo lamenta “que os senhores sentados lá nos gabinetes” façam projectos sem antes irem ao terreno e critica o esbanjar de dinheiros públicos. “Perde-se tempo, paciência e dinheiro dos contribuintes”.Enquanto abana a cabeça, Odete Bernardo diz alto o que vai no pensamento de todos quantos ali moram – “nós vamos pagar isto tudo”.Margarida Cabeleira
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