O Benfica jogava praticamente em casa. Três quartos dos muitos espectadores que acorreram ao recinto eram adeptos dos vermelhos de Lisboa. Mas isso não chegou para levar a equipa à vitória, que acabou por pertencer à experiente equipa portista.Foi um jogo emocionante, a que nem sequer faltaram as escaramuças entre elementos das claques. A organização teve o cuidado de fazer a divisão dos adeptos - portistas de um lado e benfiquistas do outro - mas ao intervalo a polícia teve muito trabalho para conseguir que não entrassem em confronto.Os jogadores entraram nervosos e a primeira parte não foi muito bem jogada. Faltou velocidade e as oportunidades de golo rarearam. Contudo foi o Benfica que esteve sempre mais perto de marcar, principalmente duas vezes por intermédio de Mariano Velásquez e uma por Pedro Afonso. Só que na baliza portista, Edo Bosch foi intransponível.E mesmo com a suspensão por dois minutos do capitão portista Filipe Santos, já perto do intervalo, a equipa dos Dragões se desuniu e conseguiu chegar ao fim em igualdade no marcador.A segunda parte foi bem diferente. O Porto surgiu com um maior pendor ofensivo e aí foi a vez do guarda-redes do Benfica brilhar. Carlos Silva pode então demonstrar todas as suas excelentes qualidades. Mas os benfiquistas também não se ficaram atrás e o jogo ficou muito mais repartido.E foram mesmo os “encarnados” que se adiantaram no marcador. Depois de numa bonita jogada de ataque, o portista Ricardo Figueira ter atirado ao poste, o Benfica contra atacou e quando iam decorridos 38 minutos de jogo, Valter Neves com uma forte sticada bateu Edo Bosch.A velocidade aumentou, o treinador do Porto arriscou tudo e aos 40 minutos, numa bonita jogada de envolvimento, com a bola a circular rápido por todos os jogadores, Reinaldo Ventura desviou do alcance de Carlos Silva, restabelecendo o empate. Ainda não tinha parado o eco dos aplausos do golo do empate e já os portistas se adiantavam no marcador. Lançado num rápido contra ataque, Pedro Gil, com um remate colocado, bateu o guarda-redes do Benfica pela segunda vez.Mas a dois minutos do final do tempo regulamentar, o jovem e irrequieto Rui Ribeiro restabeleceu o empate e forçou o prolongamento. Mas aí nada se alterou. As duas equipas não arriscaram nada, e mesmo com o Porto a beneficiar de uma grande penalidade mesmo em cima do apito final, desperdiçada por Reinaldo Ventura, o resultado não se alterou.A discussão da Taça de Portugal foi então feita na marcação de grande penalidades, e aí na primeira série de cinco para cada lado, apenas Reinaldo Ventura conseguiu marcar, e entregar então a taça ao Futebol Clube do Porto.Nos jogos de apuramento disputados no sábado, o Porto venceu 6-3 a Oliveirense e o Benfica venceu 2-1 o Juventude de Viana, também na marcação de grandes penalidades. No final do tempo regulamentar registava-se um empate 1-1.