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União Europeia põe em causa indústria do tomate

União Europeia põe em causa indústria do tomate

Ministro da Agricultura preocupado com ajudas desligadas da produção
O futuro da indústria portuguesa da transformação do tomate está no centro das preocupações do Governo português, que fica ameaçada se a reforma da organização comum do mercado (OCM) das frutas e legumes - que prevê o desligamento total entre subsídio e produção - não abrir uma excepção para o sector do tomate. "Somos tradicionalmente exportadores de tomate transformado, temos uma indústria importante que sempre exportou para o mercado mundial", diz o ministro da Agricultura, Jaime Silva, citado pela agência Lusa, acrescentando que estão em risco de fechar seis fábricas portuguesas, responsáveis por 4.500 postos de trabalho directos.Isto porque, se o apoio à produção de tomate para transformar for desligado da produção, como prevê a proposta de OCM das frutas e legumes, os agricultores podem simplesmente deixar de produzir ou optar por apostar noutras culturas. Portugal tem o apoio dos países do Mediterrâneo, que assumiram já uma posição comum para esta negociação após uma reunião em Chipre. "A reforma esquece tudo o que é a transformação e não tem uma palavra sobre o que é o futuro da agro-indústria europeia", sublinhou o ministro.Por outro lado, Jaime Silva critica o modelo de proposta para reforçar o papel das organizações de produtores. "Há estados-membros onde a comercialização passa em 60 por cento pelas organizações de produtores, que têm capacidade de negociação com as grandes superfícies, como a Bélgica e a Holanda. Em Portugal é o contrário: muito pouca comercialização é feita através das associações de produtores", explicou. "As organizações de produtores portuguesas não comercializam mais de dez por cento, ainda não têm dimensão que lhes permita negociar os preços com as grandes superfícies", acrescentou também.O ministro pede, assim, o estabelecimento de um período de transição de três anos para a aplicação desta medida e uma diferenciação no reforço ao apoio financeiro. "Queremos ter poucas organizações, mas com dimensão geográfica e capacidade de negociação com as grandes superfícies, que é a única forma de garantir o rendimento dos agricultores e resolver o problema em épocas de crise, quando houver excedentes", concluiu.
União Europeia põe em causa indústria do tomate

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