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Vasco Cid

Vasco Cid

65 anos, administrador

Nasceu em Lisboa a 3 de Janeiro de 1943 mas diz que é natural da Chamusca. Queria ser engenheiro mecânico mas a vida trocou-lhe as voltas e tornou-se administrador da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Chamusca, cargo que desempenha a tempo inteiro há oito anos. Tem quatro filhos. Defende que a vida deve ser levada a sorrir. Ver Vídeo em: http://www.omirante.pt/omirantetv/noticia.asp?idgrupo=2&IdEdicao=51&idSeccao=514&id=22745&Action=noticia

Levanto-me às cinco da manhã e, por norma, às onze da noite estou a dormir. Tenho uma noção da responsabilidade muito grande. Não tenho horário de trabalho mas não consigo desligar. Nunca tenho férias completas e vou sempre para uma praia perto. Para S. Martinho do Porto, a uma hora daqui. Os sócios precisam dos problemas resolvidos e há respostas a dar. Isso obriga-me a estar cá. A minha família compreende e aceita. Não administro uma organização deste tamanho aqui sentado. Assumi o cargo de presidente da direcção da Caixa da Chamusca há oito anos. As minhas funções, como director, passam muito pelos contactos que estabeleço com outras instituições e por participar em reuniões no exterior. Mas não só. Estou atento ao mercado, que hoje é francamente agressivo. A Caixa foi fundada em 1929. Funcionamos como um microbranco e somos independentes. Antigamente quando tinhamos um problema pequenino iamos a Santarém resolvê-lo. Quando era um problema grande iamos a Lisboa. Hoje um problema pequenino tem que ser resolvido em Lisboa e para resolver um problema grande temos que ir a Bruxelas. Quando vim para a Caixa havia três funcionários, agora são vinte e seis. A empresa ganhou cada vez mais credibilidade e começou a ter um desenvolvimento muito grande pelo que, em 1985, a direcção me propôs ficar como membro permanente e passei também a ser funcionário da Caixa. Tinha começado por ser associado da Caixa da Chamusca em 1976. Fazia parte de uma lista que ganhou e entrei como membro do conselho fiscal. No ano seguinte integrei a lista para a direcção. Durante dez anos fui professor e vinha aqui uma ou duas vezes por semana só assinar os papéis. Toda a vida gostei de máquinas. Em 1965, estava a frequentar a licenciatura de Engenharia Mecânica, em Lisboa, quando o meu pai morreu. Tive que regressar para tomar conta do terreno agrícola que era do meu pai e apoiar a minha mãe e as minhas duas irmãs mais novas. Na altura tive que optar entre apoiar a família ou terminar o curso. Optei pela família, claro. Nunca cheguei a concluir a licenciatura. Na Chamusca há muita qualidade de vida. Tenho uma casa pequena em Lisboa, que comprei há muitos anos, mas nem penso ir para lá. Vou a Lisboa todas as semanas e venho sempre cansado. Aqui há mais sossego. As pessoas conhecem-se e há uma relação pessoal muito agradável. Na Chamusca vivo numa casa e não numa prateleira. Tenho muito orgulho na minha família. Tenho quatro filhos, dois rapazes e duas raparigas. O meu filho mais velho tem 32 anos e é arquitecto. O mais novo tem 23 e está a terminar o curso de Direito. Tenho uma filha formada em Matemáticas Aplicadas e outra formada em gestão de empresas. Tenho um neto com dois anos e até ao fim do ano vou ter mais dois um de cada filha. Tento viver a vida com um sorriso no rosto. A vida tem que ser vivida como se pode, não como se quer. Temos que ter paciência quandos as coisas não correm como desejaríamos. Temos que enfrentar as adversidades da vida e tentar resolver os problemas a fundo. Mas sempre com um sorriso. É isso que faço.
Vasco Cid

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