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José Bento

José Bento

43 anos, gerente bancário

Nasceu a 1 de Julho de 1965 em Santarém e é na capital de distrito que reside com a esposa e os dois filhos, de 12 e 4 anos. Começou a trabalhar muito novo e, depois de várias experiências profissionais em áreas distintas, entra na banca aos 23 anos. Vinte anos volvidos é gerente da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Pernes. “Viver um dia de cada vez” e “Nem sempre, nem nunca” são dois princípios que aplica na sua vida que se tem pautado, acima de tudo, pela humildade.

Faço este ano vinte anos de Caixa Agrícola. Comecei a trabalhar com 17 anos e, a dado momento, decidi concorrer para tudo o que era banco. Alguns amigos meus tinham entrado para a banca e também tive esse desejo. Entrei para os serviços centrais da Caixa de Crédito Agrícola (CCA), em Lisboa no dia 2 de Outubro de 1988, onde estive quase nove anos. Entre Junho de 1997 e Novembro de 1999 estive no balcão da CCA de Tomar. Por volta de 2000, soube que tinham aberto concurso para o lugar de gerência de balcão em Pernes. Como moro em Santarém, concorri para ficar mais perto de casa. Sou, há oito anos, gerente do Balcão de Pernes. O meu dia-a-dia tem a ver com a resolução das situações do balcão e com as decisões que todos os dias temos que tomar a nível de crédito. Passa também pela gestão dos recursos humanos e da própria conta da caixa. A gestão diária da contabilidade é feita por nós e comunicada à Direcção em reuniões semanais. Ainda me recordo do meu primeiro dia de trabalho. Saí às cinco e meia da manhã de Santarém e cheguei à Pascoal de Melo, em Lisboa, por volta das oito horas. O responsável da secção pôs-me em frente a uma bancada com pequenos rectângulos onde tínhamos que separar os cheques por cada balcão de CA que existia. Estive dois dias a fazer isso (risos). Gosto de liderar e “comandar” as situações. Comecei a ser líder de uma forma natural e foi assim que adquiri experiência na gestão de recursos humanos. Trabalham actualmente na CA de Pernes onze pessoas. Em Lisboa já tinha gerido uma equipa de 16 pessoas e em Tomar dirigi outra de seis. Não é fácil gerir recursos humanos. Em Lisboa esta tarefa era mais fácil porque entrámos todos na mesma altura. Era responsável de turno e a minha liderança, por uma razão ou por outra, acabou por aparecer naturalmente. As pessoas que trabalham nas empresas é que fazem essa empresa. Neste momento acho que na CA de Pernes melhorámos bastante quer a nível contabilístico, quer de imagem e na prestação de serviços. Mas não é fácil, ainda por cima com a crise financeira que está actualmente instalada. Ainda há uma ideia pré-formada do público que a CA só pode fazer operações agrícolas. Esta é a imagem que temos que mudar. Vivo um dia de cada vez e com muita humildade. E há uma frase que me acompanha sempre e que é: “Nem sempre, nem nunca”. Aplico estes princípios quer na vida profissional, quer na pessoal. Não sabemos tudo nunca e temos sempre muito a aprender com todas as pessoas que nos rodeiam. Penso que quem trabalhou comigo e tinha que me avaliar reconheceu isto e me recompensou, em determinadas alturas da minha vida, com as promoções e, no fundo, com a atribuição de responsabilidades. O dia a dia é sempre cheio de imprevistos e tento ser o mais acessível possível nessas situações. Gosto de tratar os assuntos no lugar certo. Recordo uma história que me aconteceu no balcão da CA de Tomar. Foi quando um senhor, vestido de uma forma muito simples, apareceu para abrir uma conta e exigiu que lhe fosse dado um livro de 150 cheques, que, normalmente, só fornecemos com base no historial do cliente. Fiquei reticente, olhei para o senhor e, contrariando um pouco a regra, acabei por autorizar pois achei que aquela pessoa não me ia enganar. O que é certo é que, passado muito pouco tempo, estava a emprestar a esta pessoa 70 mil contos. Era, de facto, detentor de um grande património. Se não lhe tivesse autorizado o livro de cheques provavelmente já não fazia negócio nenhum com este cliente. Ao fim-de-semana preocupo-me, sobretudo, em estar e brincar com os meus filhos. Sou casado e tenho dois rapazes, de 12 e quatro anos. Como moro numa vivenda também me ocupo a arranjar o jardim. Depois tenho um grupo de amigos e convivemos entre todos, normalmente, em almoços. Gosto muito de cozinhar.
José Bento

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