É jurista. Que mensagem gostaria de deixar ao Ministro da Justiça?Sugeria ao Sr. Alberto Costa que criasse no nosso código uma penalização para os juristas, nomeadamente para alguns juízes.Tem três filhos a estudar. Setembro foi um mês complicado para o orçamento?Sim. Os preços dos livros não são nada acessíveis. Vivemos num regime que tem uma escolaridade obrigatória (9ºano). O Governo deveria responsabilizar-se por fornecer os livros até aqui, independentemente da situação económica do agregado familiar.O que é preciso fazer para alterar a situação?É preciso mudar. As pessoas não se podem acomodar perante as situações. Não podem ter medo da mudança. E mudança passa por um novo governo e por uma consciencialização do povo em relação aos seus direitos. Também no seio dos partidos deveria haver mais do que oposição, uma informação geral dos Direitos, Garantias e Liberdade dos cidadãos.O que mudava na sua cidade?Tudo! Mas isto já não é uma cidade. É uma aldeia. Não temos apoio adequado à terceira idade, nem pavimento adequado, nem solução para os bairros sociais. E também já não temos cinema, nem centro comercial. Isto acontece porque existe neste concelho uma política de interesses, onde as maiores beneficiadas são as famílias de renome de Vila Franca de Xira. Por exemplo, como é que é possível abrir-se um café dentro da autarquia sem licença?Acha que Portugal é um país onde se faz justiça?Não. Portugal é um país extremamente injusto. Infelizmente, continuamos a ser um país de luva branca, onde o dinheiro e o estrato social compram a justiça.Fazem-se muitos favores?Existem por aí muitos tachos e muita corrupção. Desde o Governo, passando pelas autarquias. Vila Franca de Xira não será excepção. Há sempre uma desculpa para quem tem mais “status”.O que aconteceu à Democracia?A democracia não está a ser aplicada. Deveria ser aplicada com igualdade, tal como a nossa Constituição que é superior a qualquer lei civil ou penal. Mas isso não está a acontecer.Não ganhámos nada com a Revolução dos Cravos?Com o 25 de Abril ganhámos tudo o que agora estamos a perder. O povo, que é o maior tesouro do país, continua a ser aquele que mais contribui e o mais penalizado. Educação e Saúde são os alicerces de qualquer país. Mas não são os pilares do nosso. Sete anos depois do 11 de Setembro, o que acha que mudou?Acho que o 11 de Setembro em Portugal só teve impacto a nível das notícias. As pessoas continuam sem consciência de que o terrorismo pode acontecer por cá. Mas uma coisa é certa: de lá para cá, a criminalidade aumentou e Portugal continua a não saber fazer politicas de imigração adequadas, para que os imigrantes possam viver melhor neste país.A estação também está a mudar. O Verão vai deixar saudades?Sim, principalmente porque já não vou ter tanto tempo, como tinha nas férias, para estar com os meus filhos.