Não se lembra da primeira tourada que assistiu. Mas sabe que foi a mãe, fã do toureiro José Júlio, que lhe passou a paixão pela festa brava. Hoje, sente-se orgulhoso por ter conseguido transmitir aos seus dois filhos o que a mãe lhe transmitira antes: a cultura do touro, das lezírias, do cavalo e dos campinos. A última vez que entrou na Palha Blanco foi durante o Colete Encarnado, para ver os recortadores. Já provou carne de touro bravo e gostou. Para sua grande surpresa quando esteve em Arles, no Sul de França, apercebeu-se que havia uma enorme publicidade em torno do prato típico daquela cidade: “ viande de taureau” (carne de touro). Aficionado de gema, é com agrado que verifica que quando são retransmitidas touradas na televisão, as praças estão esgotadas por uma mescla etária muito variada. Nunca participaria numa manifestação anti touros. “A cultura taurina está nas nossas raízes, faz parte do património da nossa região”, e deixa o apelo para que “todos pratiquem um acto simples de democracia: respeitem as liberdades e escolhas de cada um”. Vale Antunes adora animais. Tem cães e gatos. Não tem assistido a actos menos correctos contra animais, mas uma evidência é certa: “ nas férias de Verão o canil municipal verifica um acréscimo de animais abandonados”.