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O comboio dos funcionários?

Aproveito terem falado do transporte ferroviário para contar uma experiência que vivi há algum tempo. Vivo no Entroncamento e tinha um compromisso em Lisboa que me obrigava a estar naquela cidade às oito da manhã. Perdi o comboio regional das 6.32 e quando perguntei na bilheteira qual era o próximo, o senhor explicou-me que era o Lusitânia Comboio Hotel com partida às 6h50 mas fez questão de me avisar que o bilhete era mais caro. Nem perguntei quanto era e pedi um bilhete. Qual não foi o meu espanto quando ele me disse que o bilhete não era vendido na bilheteira mas no comboio. Caso único, penso eu, em locais onde existem bilheteiras. Lá fui. Entrei na carruagem e aguardei a chegada do revisor. O comboio esteve na estação bastante tempo e a carruagem, que estava vazia, foi-se enchendo. As pessoas cumprimentavam-se com familiaridade dando a entender que utilizavam aquele comboio diariamente. Senti-me um intruso. Uma ave rara. E mais se acentuou essa sensação quando o revisor atravessou a carruagem sem abordar qualquer outro passageiro e se dirigiu a mim. Percebi na altura que eu era o único que pagaria bilhete (Não sei precisar quanto mas foi um pouco mais de 20 euros. A viagem no regional é pouco mais de sete euros, no Intercidades 10 e no Alfa Pendular 15). Os restantes passageiros eram funcionários da empresa, daí não pagarem.  Poderei deduzir que aquele comboio só pára no Entroncamento por causa dos funcionários da CP? A minha questão tem razão de ser uma vez que alguns comboios já deixaram de parar no Entroncamento, Vila Franca e Santarém, tendo a empresa alegado que não havia passageiros que rentabilizassem uma paragem. Ou seja, se servissem para transportar os seus funcionários, continuariam a parar. Para os restantes passageiros não. E por falar em paragens, não me esqueço que o Governo já anunciou que o futuro TGV vai ter uma paragem em Rio Maior. Mal comparado é como se o Alfa passasse a ter paragem na Bobadela. Carlos Carvalho

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