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Jovem suspeito de balear jogador do Vilafranquense vivia em Povos

Grupo que acompanhava a vítima identificou o alegado autor do disparo que fugiu do bairro

O suspeito se ser autor do disparo que atingiu Tiago Correia na cabeça, na tarde de segunda-feira, vivia no bairro de Povos, Vila Franca de Xira, e desde o crime deixou de ser visto. A vítima está a recuperar mas ainda não consegue falar.

O jovem supeito de disparar contra a cabeça de Tiago Correia, no final da tarde de segunda-feira, residia em Povos, Vila Franca de Xira, era um “rival” da vítima e foi identificado pelos colegas que assistiram à rixa. O suspeito fugiu do bairro e encontra-se em parte incerta, estando o caso entregue à Polícia Judiciária.“Quando se armou a confusão eu também fui lá e estavam lá muitas crianças de seis e 10 anos. Por sorte não foram atingidos. Tive um mau pressentimento e decidi tirar o meu irmão de 10 anos do local, minutos antes de acontecer a tragédia. Quando o Tiago foi baleado todos vimos quem tinha disparado, mas ele insistia em dizer que não, que não tinha disparado. E depois fugiu”, recorda a O MIRANTE Sheila, irmã da vítima. Tiago Correia, 14 anos, jogador dos juvenis do União Desportiva Vilafranquense, não corre perigo de vida, apesar de ainda estar sob forte vigilância médica. A bala perdida entrou pela testa e ficou alojada na parte de trás do crânio. Na manhã de quarta-feira ainda não havia recuperado a fala e estava em coma induzido.“Temos fé que o Tiago vai superar esta dificuldade”, desabafam os familiares. O jovem foi baleado no campo multiusos de Povos, em Vila Franca de Xira, a poucos metros do local onde, há poucos meses, outros jovens ergueram o projecto “Mudar o Bairro”. O grupo de jovens de Povos recebeu uma equipa de rapazes do Carregado, todos com idades entre os 16 e os 22 anos, para disputar um jogo amigável de futebol no campo de Povos. O resultado final não agradou à equipa visitante e, já fora do campo, o grupo do Carregado começou a agredir os jovens de Povos. “Instalou-se a confusão. Começaram a perguntar se queríamos morrer, se achávamos que eles tinham cara de parvos, e depois houve alguém que sacou de uma arma e apontou ao pessoal”, recorda a O MIRANTE Joel, um dos jovens que estava no local. Segundo algumas testemunhas, Tiago não estaria envolvido na rixa quando a arma foi disparada. Depois de atingido e em agonia o jogador do vilafranquense ainda caminhou alguns metros até tombar junto às grades da escola existente no bairro. Alarmados com o disparo, os colegas apressaram-se a socorrer Tiago, enquanto os agressores fugiam. “Esteve sempre de olhos abertos e pareceu nunca perceber o que se estava a passar”, afiança um dos colegas. Foram os jovens que levaram Tiago para o Hospital de Vila Franca de Xira, de onde foi imediatamente transferido para o Santa Maria, em Lisboa. “É um excelente rapaz, nunca foi dado a brigas nem a confusões. Estava no sítio errado à hora errada. Estamos todos a torcer por ele”, disse a O MIRANTE um tio da vítima, funcionário camarário.A PSP esteve no local mas apenas recolheu elementos testemunhais e biológicos, faltando ainda encontrar o agressor e a arma do crime. Essa tarefa ficou a cargo da Polícia Judiciária. “É preciso haver um dia de férias para acontecer uma tragédia, é uma pena. Os miúdos ficam com mais tempo livre e é o suficiente para armar confusão”, confidenciou um morador. Apesar do aparato muitos residentes classificam o sucedido como um incidente isolado. “O problema é que as televisões e alguns jornais começam logo a empolar as coisas e a dizer que houve tiroteios entre gangs”, afirma Pedro Ordé, colega da vítima.

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