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Joana M. Abreu

Joana M. Abreu

30 anos, advogada, Golegã

Nasceu em Torres Novas a 5 de Dezembro de 1980 mas viveu até aos quatro anos no Entroncamento, altura em que se mudou para a Golegã. Concluiu o curso em 2005 e é advogada há dois anos, trabalhando no escritório do pai, o advogado João da Mota Abreu, na Golegã, desde então. Dedicada e perfeccionista, gosta de tratar os assuntos dos clientes como se dos seus se tratassem. Solteira e sem filhos, apesar de manter um relacionamento duradouro, aproveita os tempos livres para estudar, viajar ou a pintar a óleo, revelando um grande jeito para as artes.

No 9.º ano estava indecisa entre Medicina e Direito. Lembro-me de querer ser advogada desde muito nova. Se não tivesse já isto em mente ficaria baralhada porque a psicóloga que me fez os testes psicotécnicos disse-me que eu tinha um jeito excepcional para as Artes e devia escolher uma vertente de arquitectura. Para mim foi uma surpresa, apesar de sempre ter gostado de trabalhos manuais. O escritório está decorado com alguns dos meus quadros. Fiz ballet durante muitos anos e toquei piano até à faculdade. Concluí o curso em 2005 e aproveitei bastante a vida académica. Fiz bem em escolher Humanidades. Gosto de tudo o que diz respeito a Literatura e o estudo dos Clássicos. Gosto de História e Filosofia. Sempre fui muito decidida e quis estudar Direito na Faculdade de Direito na Universidade de Coimbra. O meu pai é advogado mas não teve influência na minha escolha. Cantei no Orfeão Académico de Coimbra e faço parte da associação de ex-alunos. Entrei, precocemente, com cinco anos na escola. Sempre fui boa aluna. Estudei na escola primária em frente à Câmara Municipal da Golegã e depois fui estudar, do 5.º ao 9.º ano, para o Colégio Andrade Corvo, em Torres Novas. Era um colégio masculino mas, a certa altura, abriu-se um precedente e integrei a turma pioneira para meninas em regime de externato. Fiz o liceu na Escola Secundária Maria Lamas e depois segui para o curso de Direito na Universidade de Coimbra. Não quis cortar relações com Coimbra, cidade da qual ainda gosto muito. Quando acabei o curso, inscrevi-me como advogada estagiária na Ordem dos Advogados, pelo Conselho Distrital de Coimbra, e fiz o estágio sob o tirocínio do Dr. António Fontes. O meu primeiro caso na barra de um tribunal foi como advogada oficiosa de um crime de especulação cometido através de meios informáticos. Recordo que senti uma adrenalina muito positiva. Ainda não perfizeram dois anos desde que vim para a Golegã. Quis experimentar uma advocacia de maior proximidade. Gosto de ser advogada e foi sempre isto que quis ser. Somos três irmãos e cada um tem áreas completamente distintas. Os nossos pais sempre nos deram liberdade para fazermos as nossas escolhas. Mas recordo-me, quando era pequena, que o escritório do meu pai era em frente ao Café Central e era muito comum depois de sair da escola ir lanchar ao café e depois ir para o escritório fazer os trabalhos de casa. Nunca vou querer perder o vínculo a um escritório que é meu, que é do meu pai.Gosto de ser eu a fechar o escritório. Chego por volta das 10 da manhã, quando não tenho compromissos mais cedo, e saio pelas 21h30. Por isso, normalmente, não levo trabalho para casa. Se for preciso trabalhar durante toda a noite ou ao fim-de-semana trabalho. É fácil trabalhar com o meu pai. Temos uma regra: no escritório não falamos de assuntos de casa e em casa não falamos de assuntos de trabalho. Temos que tratar dos assuntos dos clientes como se fossem os nossos. Diferente é quando os processos estão pendentes, temos prazos a cumprir e sucede muitas vezes acordar a meio da noite a pensar no caso. Nesta profissão lidamos diariamente com situações de stress. O cliente deve sair aliviado do escritório e passa-nos o fardo para nós. É salutar saber desligar. Quando os processos findam, findam mesmo.A música é um dos meus hobbies. Tenho aulas de canto aos sábados com uma professora que é solista no S. Carlos e que se desloca à Golegã para me ensinar. Gosto muito de pintar a óleo, de literatura e adoro viajar. Adoro conhecer novas culturas e perceber como se organizam as sociedades de outros países e olhar os edifícios com atenção. Não devemos estar no mundo de uma forma vegetativa. Elsa Ribeiro Gonçalves
Joana M. Abreu

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