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Uma das maiores empresas de Benavente em risco de fechar por dívidas dos hospitais

PMH que emprega centenas de trabalhadores critica desinteresse da câmara municipal

Alguns hospitais nacionais devem cerca de oito milhões à empresa PMH - Produtos Médicos Hospitalares, sediada em Samora Correia, concelho de Benavente. Embora já tenha conseguido pagar o vencimento de Novembro aos funcionários, a empresa não tem dinheiro para comprar a matéria-prima. O director financeiro, Rui Santos, admite a possibilidade de a empresa se dedicar apenas à exportação, o que vai implicar despedimentos.

O Estado está a comprometer o funcionamento da empresa PMH - Produtos Médicos Hospitalares, com sede em Samora Correia, um dos maiores empregadores do concelho de Benavente. Alguns hospitais públicos que a empresa fornece vão atrasando os pagamentos e os ordenados dos trabalhadores do mês de Novembro só foram pagos porque entretanto foi desbloqueada uma pequena parte do montante da dívida de oito milhões de euros. O problema é que agora a firma que também tem uma unidade em Penafiel não tem dinheiro para comprar matérias-primas e assim pode ter que fechar. O director financeiro da PMH, Rui Santos, afirma que só o pagamento total da dívida conseguirá salvar a empresa a longo prazo e lamenta ainda não ter recebido qualquer tipo de contacto por parte da Câmara Municipal de Benavente. Rui Santos diz que ainda não recebeu qualquer tipo de apoio por parte da Câmara Municipal de Benavente. “Em Penafiel, o presidente da câmara veio ter connosco já que somos o maior empregador do concelho. Por parte da autarquia de Benavente não tivemos ainda qualquer contacto, o que me desilude já que as notícias são públicas. É aqui que pagamos os nossos impostos e deveria existir uma maior preocupação”, critica. Depois de a empresa ter tornado a situação pública no inicio desta semana, obteve uma resposta por parte da Administração Central de Sistemas de Saúde (ACSS) que efectuou diligências junto de sete centros hospitalares que se disponibilizaram a transferir perto de um milhão de euros, o que já permitiu pagar os ordenados aos funcionários. A PMH, que tem 180 trabalhadores em Samora Correia e 320 nas instalações de Penafiel, tem algumas situações de dívidas que remontam a 2009 por liquidar. Os grandes devedores são os Centros Hospitalares de Lisboa, Porto e Coimbra. Dos oito milhões que os hospitais nacionais devem à empresa, cerca de dois milhões já estão por pagar há mais de um ano. Neste momento os fornecedores aos quais a PMH não consegue pagar por falta de liquidez estão a recusar o fornecimento de mais matéria-prima enquanto não receberem o dinheiro. “Não temos ainda dinheiro para pagar as matérias-primas que nos permitem trabalhar. Estamos quase a esgotar o stock de película para a embalagem e não sei como vamos resolver a situação. Todos os nossos produtos são embalados em película antes de serem esterilizados e sem este material a produção pára totalmente”, garante Rui Santos. O director financeiro assegura que só conseguirá pôr a tesouraria em ordem quando receber pelo menos todos os pagamentos por parte dos hospitais que estão atrasados há mais de um ano. Para Dezembro está prometido o pagamento de mais um milhão de euros que ajudará apenas a garantir os postos de trabalho e a evitar que a empresa encerre de vez. A empresa admite ainda abandonar o mercado nacional e dedicar-se apenas à produção para outros países para onde exporta cerca de 60 por cento, como forma de tentar manter a laboração. O que vai implicar sempre uma redução de pessoal. A PMH já estudou as implicações e revela que na unidade de Samora Correia, vai ter que despedir duas dezenas de trabalhadores se o caminho for dedicar-se exclusivamente às exportações.Empresa instalou-se em Samora Correia há 18 anosEmbora a empresa PMH tenha sido criada em 1990, em Lisboa, transferiu-se para Samora Correia em 1993, e em 2001 adquiriu uma fábrica do sector em Penafiel. A empresa produz, entre outros produtos, tubos de oxigénio, sacos de urina e tubos de aspiração. Representa ainda marcas internacionais de materiais como luvas cirúrgicas e de exame, seringas, lâminas e bisturis, bombas de insulina, entre outros. O site da empresa refere que a PMH-Produtos Médico Hospitalares, S.A. “é uma empresa certificada cuja principal missão é desenvolver, produzir e comercializar produtos médico-hospitalares de qualidade superior”. E revela que aposta na “inovação, na procura contínua de técnicas e equipamentos de excelência”.

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