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Espancaram-no até à morte dentro de casa mas não lhe roubaram o dinheiro

Espancaram-no até à morte dentro de casa mas não lhe roubaram o dinheiro

Vizinhos acreditam que Cipriano Simãozinho foi vítima de ajuste de contas por engano

Um homem de 61 anos foi espancado até à morte dentro da sua própria casa em Castanheira do Ribatejo, quando chegava da escola onde estava a aprender a ler e a escrever. O facto de não ter sido roubado nem dinheiro nem objectos está a adensar o mistério à volta do caso que está a ser investigado pela Judiciária.

Cipriano Simãozinho, com 61 anos, foi violentamente espancado até à morte dentro da sua própria casa ao final da tarde de 15 de Dezembro, no lugar de Quintas, Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira. Cipriano terá sido surpreendido por uma pessoa que estava dentro da habitação, pelas 20h30, depois de ter regressado da escola onde estava a aprender a ler e a escrever no âmbito dos cursos de educação e formação para adultos. O facto de não terem roubado nem o dinheiro que estava na carteira nem qualquer objecto leva a crer que a intenção do agressor não era a de assaltar a casa e adensa o mistério à volta do caso.O agressor agrediu a vítima a murro e pontapé em várias zonas do corpo, mas sobretudo na cabeça, costas e braços, até que esta ficou inanimada. “Mexeram-lhe na mesa-de-cabeceira e mudaram uma televisão de sítio mas não levaram nada. Ele até tinha 20 euros em cima de uma mesa para dar à filha no dia seguinte e não os levaram”, conta a O MIRANTE o irmão da vítima, Fernando Simãozinho. Os familiares deram por falta da carteira, que continha 150 euros. Mas esta foi encontrada pouco tempo depois fora do lugar das Quintas, ainda com todo o dinheiro no seu interior. O corpo foi deixado no interior da habitação pelo agressor e só foi encontrado na manhã do dia seguinte pela filha da vítima, quando foi visitar o pai.Cipriano Simãozinho, que estava reformado, era uma pessoa estimada da aldeia e fazia arranjos em motorizadas e bicicletas para ganhar algum dinheiro. “Nada leva a acreditar que ele pudesse ser o alvo de quem quer que fosse, era uma pessoa extremamente pacata, não devia nada a ninguém e levava a sua vida descansada. Até foi operado há pouco tempo a um tumor nos intestinos e tinha escapado por milagre”, revela o irmão da vítima.A Polícia Judiciária já esteve no local a recolher vestígios e interrogou familiares, amigos e vizinhos da vítima. O agressor continua a monte e há quem acredite na localidade que se esteja perante uma agressão encomendada ou que alguém terá querido ajustar contas e se enganou na pessoa. “Há outra oficina perto da dele que é conotada com alguns negócios complicados. Provavelmente alguém queria fazer aí um ajuste de contas mas enganou-se e entrou na casa do Cipriano, que era uma jóia de pessoa. Tenho para mim que o mataram por engano, porque não roubaram nada”, opina Carlos Dias, um dos moradores da localidade. Os familiares aguardam a realização da autópsia ao corpo para que seja realizado o funeral. “As Quintas perdem um bom homem. É a sociedade violenta que temos”, desabafa Rodrigo Pereira, vizinho de Cipriano Simãozinho.
Espancaram-no até à morte dentro de casa mas não lhe roubaram o dinheiro

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