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Mestre expulsou criança de 12 anos por não ter gostado que uma mãe o criticasse

Presidente do Grupo Desportivo da Azambuja admite que situação é prejudicial para o atleta

Um mestre de Taekwondo do Grupo Desportivo da Azambuja suspendeu uma criança de 12 anos por não ter gostado de uma crítica que a mãe do jovem lhe fez no final de uma prova. Os pais estão indignados e o presidente do clube admite não ter soluções para o imbróglio.

O pequeno Gonçalo Simões, de 12 anos, nem queria acreditar quando o seu mestre de Taekwondo, João Silva, lhe disse que estava impedido de voltar a ter aulas da modalidade no Grupo Desportivo de Azambuja (GDA). Tudo porque o mestre não gostou de uma crítica que a mãe do jovem lhe fez. A situação está a gerar uma onda de críticas ao mestre mas sobretudo ao clube, que não tem qualquer solução para resolver o imbróglio. Gonçalo Simões é aluno de Taekwondo do GDA desde 2009 e um dos 30 atletas que actualmente integram aquela secção. Num dos últimos exames anuais para passar de cinturão verde e azul para o cinto azul, o mestre João Silva foi duro com Gonçalo e fê-lo suar a camisola para obter o novo grau, que conseguiu. Mas o caso complicou-se quando a mãe do atleta, Elisabete Cerqueira, abordou o mestre no final do exame. “Achei que o Gonçalo se esforçou e o mestre no final comparou-o com outro aluno de nove anos. A reprimenda que lhe deu à frente de toda a gente não foi justa. Disse-lhe que não estava agradada e achei que tinha enxovalhado o meu filho à frente das outras pessoas”, critica a mãe do atleta. No treino seguinte o mestre abordou o jovem atleta no balneário e disse-lhe que não o voltaria a treinar. A criança ficou em choque e a situação gerou queixas dos pais, que criticam o facto do mestre não ter comunicado essa decisão aos progenitores, mas sim ao pequeno Gonçalo. “Ele simplesmente disse ao miúdo para não ir mais às aulas. O meu filho não devia ser penalizado por algo que diga respeito aos adultos”, notam os pais do jovem.Opinião semelhante tem o presidente do clube. Alexandre Grazina diz a O MIRANTE que o imbróglio é difícil de resolver e admite não ter qualquer solução para o caso. Mas apela ao bom senso de pais e mestre. “O que nos incomoda é o facto do Gonçalo, que não tem culpa, acabar por estar a ser prejudicado por estas questões provocadas pelos adultos”, nota. O presidente explica que o mestre se sentia “intimidado” pelo facto da mãe do atleta estar “sempre a intrometer-se” nas decisões do treinador. “Ele diz-me que só de ver a mãe fica tenso e não consegue dar aulas. E nós temos 30 jovens a praticar, não podemos substituir um mestre a meio da época”, explica. Questionado sobre o facto do mestre não aceitar participar numa reunião com os pais para esclarecer toda a situação o presidente do clube admite “compreender” a situação e frisa que “deve ser a diplomacia” a funcionar. “Infelizmente o mestre não quer participar numa reunião connosco e com o clube para explicar as causas da sua decisão”, lamentam os pais do jovem. Também a O MIRANTE o mestre João Silva optou pelo silêncio, recusando-se a tecer qualquer comentário sobre o assunto. Actualmente Gonçalo Simões continua sem praticar a modalidade devido ao facto de não existir nenhuma alternativa nas proximidades. Gonçalo é escuteiro, gosta de ler e jogar jogos de computador e gosta de programas televisivos sobre a vida animal.

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