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Julgamento de grupo acusado de extorquir comerciantes de Abrantes na recta final

Julgamento de grupo acusado de extorquir comerciantes de Abrantes na recta final

A obtenção de valores monetários ilícita ficou conhecida por “Camorra”, sendo que as quantias obtidas eram depois distribuídas pelos vários elementos do grupo.

O Tribunal Judicial de Abrantes adiou para a tarde desta quinta-feira, 5 de Dezembro, a continuação e eventual conclusão do julgamento de um grupo organizado que, alegadamente, se dedicou durante 12 anos à extorsão de dinheiro e bens a comerciantes da cidade. A obtenção de valores monetários dessa forma, numa actividade que se prolongou até Junho de 2011, ficou conhecida por “Camorra”, sendo que as quantias obtidas eram depois distribuídas pelos vários elementos do grupo.O juiz Nuno Guilherme, que preside ao julgamento que decorre há cerca de um ano e conta com perto de vinte sessões realizadas, realizou na quinta-feira, 28 de Novembro, a junção global dos novos elementos que não constavam da acusação, elementos entendidos como “comunicações instrumentais” passíveis de influírem na moldura penal a aplicar. No banco dos réus estiveram seis dos sete arguidos uma vez que um faltou devido ao atraso dos serviços prisionais. Na sala de audiências, por questões de segurança, encontravam-se seis agentes da PSP (para além dos guardas prisionais) e ainda alguns familiares desagradados com a presença da comunicação social.Os novos elementos enunciados pelo juiz presidente alteraram o número de crimes que passaram de um crime de extorsão na forma continuada para quatro crimes, três deles de extorsão na forma tentada e um de extorsão na forma consumada. O juiz presidente fez, aliás, uma extensa leitura dos factos e junção de novos dados, tendo concedido aos advogados de defesa o tempo considerado “estritamente necessário para preparação da defesa” e adiado a continuação e eventual conclusão do julgamento para 5 de Dezembro. Neste espaço de tempo, e caso a defesa não queira pronunciar-se relativamente à qualificação proposta para os alegados crimes, a próxima sessão representará o final do julgamento, com a respectiva leitura do acórdão do colectivo de juízes.O caso, conhecido por “Camorra”, envolve sete arguidos, três dos quais estão em prisão preventiva, todos sem actividade profissional remunerada e estável, e tidos como muitos violentos e perigosos. Estão acusados de associação criminosa, extorsão na forma tentada e consumada, coacção, dano, ofensas corporais e ameaça agravada.De acordo com o despacho de acusação, o grupo constituiu-se como “estrutura organizada de carácter permanente e estável” no início do ano 2000, o qual “tinha por único objectivo a obtenção mensal de quantias monetárias não inferiores a 50 euros, bem como géneros alimentícios e outras mercadorias, fornecidas por inúmeros proprietários de estabelecimentos comerciais da cidade, vítimas de intimidação física e coacção psicológica, a troco de “protecção”.A maioria das vítimas pagava o exigido, em silêncio, perante os sucessivos distúrbios e mau ambiente criado, essencialmente, em bares e cafés, com agressões, provocações e ameaças a clientes, funcionários e aos próprios exploradores dos estabelecimentos, garantindo os elementos daquele grupo que, se assim não procedessem, atentariam contras as vidas dos empresários e dos seus familiares.
Julgamento de grupo acusado de extorquir comerciantes de Abrantes na recta final

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