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Câmara de Benavente prometeu-lhe uma casa em 2008 mas Gracindo Queijo morreu sem ver o sonho concretizado

Câmara de Benavente prometeu-lhe uma casa em 2008 mas Gracindo Queijo morreu sem ver o sonho concretizado

Doente viveu vários anos numa barraca em Samora Correia e mais recentemente teve o apoio do lar Padre Tobias
A Câmara de Benavente considerava o caso de Gracindo Queijo, 61 anos, prioritário. Mas passados cinco anos a casa que lhe tinha sido prometida nunca lhe foi entregue. Gracindo morreu recentemente sem ver o sonho concretizado e o que lhe valeu nos últimos dois anos foi o lar Padre Tobias o ter acolhido perante as condições desumanas em que vivia numa barraca junto à Herdade das Silveiras. Em 2008 o então vice-presidente do município, Carlos Coutinho, actual presidente, prometeu que a câmara iria construir uma casa para dar dignidade a Gracindo e que estaria pronta logo no Natal desse ano. Contactado agora, o presidente diz que “desconhecia que ele tinha morrido”. Coutinho refere que se estava perante um caso de alcoolismo e que a ajuda da autarquia ia no sentido de este “se comprometer a ultrapassar a situação. Ele acabou por ser acolhido na instituição Padre Tobias com muito sucesso”. O autarca assegura que costumava apontar esta situação como “um caso de sucesso”. Gracindo Queijo viveu durante duas dezenas de anos numa barraca, com um rendimento de 158 euros mensais, e foi para o lar porque o seu estado de saúde piorava a cada dia que passava. Gracindo sempre trabalhou nas obras mas o alcoolismo roubou-lhe as forças. A barraca onde viveu não tinha água, luz nem esgoto. Na altura em que O MIRANTE contou a sua história admitia que não sorria muito porque a vida não lhe dava motivos de felicidade. Gostava de ouvir a missa num pequeno rádio a pilhas e, apesar de acreditar em Deus, confessava que não acreditava nos padres. Gracindo era oriundo de Trás-os-Montes e mudou-se para Samora Correia em jovem. Além da construção civil trabalhou também na agricultura onde dormia em instalações cedidas pelos patrões.
Câmara de Benavente prometeu-lhe uma casa em 2008 mas Gracindo Queijo morreu sem ver o sonho concretizado

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