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Memória de uma Personalidade Singular

Artur Barbosa Médico de Família - Falecido a 2 de Agosto de 2014

As pessoas com valor homenageiam-se em vida. Os seus exemplos de cidadania são eternos e devem ser recordados mesmo depois do seu desaparecimento, principalmente em alturas em que há uma crise de valores.

Este ano, para além das Personalidades do Ano, O MIRANTE vai recordar uma personalidade marcante da região que já não está entre nós. Trata-se do médico de família, Artur Barbosa, que foi director da Unidade de Saúde Familiar da Chamusca. Embora as distinções criadas pelo jornal se baseassem no pressuposto de que as pessoas devem ser homenageadas e o seu trabalho destacado em vida, a criação, ao fim de dez anos, da categoria “Memória de Uma Personalidade Singular” surge como uma tentativa de preservar exemplos de cidadania numa altura em que há uma crise de valores. O médico Artur Barbosa, director da Unidade de Saúde Familiar da Chamusca, faleceu na madrugada de sábado, 2 de Agosto de 2014, aos 57 anos de idade. Dias antes, quando se sentiu mal, o que o levou a ser internado no Hospital de S. José, em Lisboa, onde permaneceu em coma até à altura da sua morte, estava no seu posto de trabalho a dar consultas. Natural da Ilha do Fogo, em Cabo Verde, foi viver para Santarém aos 17 anos, tendo concluído o liceu naquela cidade. Entrou em Lisboa, na Faculdade de Ciências Médicas, em 1976, e após terminar o curso fez dois anos de estágio em Cascais, antes de ser colocado na Chamusca em 1986. Para além de director da Unidade de Saúde Familiar exercia as funções de médico legista no gabinete médico legal do Médio Tejo. Era conhecido pelo seu bom humor e pela atitude positiva perante a vida. A maior parte dos seus doentes recorda-o como um médico sempre disponível que não se importava de sacrificar o seu tempo de descanso para atender quem precisava. Estava sempre disponível para quem necessitava de ajuda. Raramente desligava o telemóvel. Costumava dizer que ser médico de família era o que mais gostava de fazer e que não se imaginava a fazer outra coisa. Numa altura em que milhares de portugueses não têm médico de família ou não têm sequer médico do Serviço Nacional de Saúde na sua área de residência é justo recordar, através do exemplo de Artur Barbosa, os milhares de jovens médicos que, no início do Serviço Nacional de Saúde, saíram do conforto das grandes cidades onde tinham feito as licenciaturas, para ir trabalhar no interior do país para dar assistência às populações, retribuindo o esforço que o país tinha feito com o pagamento dos seus estudos.

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