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Autarcas de Santarém debateram o Tejo mas os problemas são os mesmos de sempre

Autarcas de Santarém debateram o Tejo mas os problemas são os mesmos de sempre

Sessão extraordinária da assembleia municipal não trouxe grandes novidades, porque os constrangimentos estão identificados há muito. Falta é passar à prática e resolvê-los.

O Tejo está na moda e sucedem-se os debates e fóruns, posições políticas, visitas de deputados e outras iniciativas avulsas destinadas a chamar a atenção para o estado do rio. Na noite de sexta-feira, 8 de Abril, foi a vez da Assembleia Municipal de Santarém reunir em sessão extraordinária para falar do assunto. E com toda a propriedade o fez pois na cidade capital de distrito o rio acumula praticamente todos os males maiores que estão identificados: falta de caudal, assoreamento, uma frente ribeirinha desaproveitada, rombos nas margens e poluição de esgotos domésticos largados no leito sem tratamento, nomeadamente na aldeia de Caneiras. Aliás a ilação que se destaca de uma noite de intervenções extensas e por vezes maçudas - onde intervieram inicialmente o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) Nuno Lacasta, a técnica superior do município Maria João Cardoso e o porta-voz do movimento proTEJO Paulo Constantino -, é que os problemas do rio, mais detalhe menos pormenor, estão identificados e são debatidos há muito tempo.Como há muito está identificada e reconhecida a escassez de meios para fiscalização e monitorização, a burocracia excessiva e a falta de articulação entre as múltiplas entidades da administração pública com tutela sobre as diversas áreas relacionadas com o rio e seu usufruto.Mesmo assim também houve novidades. O presidente da APA anunciou que foi aberto concurso para a contratação de cinco funcionários para a área da fiscalização na zona do Vale do Tejo e Oeste. Ainda assim ficarão a faltar outros cinco para chegar ao número considerado necessário. Nuno Lacasta garantiu também que ao longo do tempo têm sido levantados autos a entidades poluidoras do rio, nomeadamente explorações pecuárias e indústrias como a Celtejo, em Vila Velha de Ródão, e reconheceu que Espanha está a debitar menos caudal para Portugal do que em anos anteriores, embora esteja a cumprir os termos da Convenção de Albufeira.Quanto ao assoreamento e extracção de inertes, Nuno Lacasta defende que é preciso fazer um estudo actual - “o rio muda todos os dias” -, e avançar para um novo plano de extracção de areias. Afirmou que tem havido um abrandamento da actividade, em parte devido à quebra no sector da construção civil, considerando que é necessário continuar a dragar os rios.Aproximar a cidade do rioA engenheira Maria João Cardoso reconheceu que é preciso fazer mais para aproximar a cidade do rio e apresentou algumas ideias, como a criação de passadiços pedonais na frente ribeirinha, a reparação do dique das Ómnias, a requalificação da aldeia avieira de Caneiras e da Ribeira de Santarém e a criação de espaços de conhecimento dos rios e arte piscatória. Projectos que se vêm somar a muitos falados nas últimas décadas - chegou a estar inclusivamente prevista a criação de uma marina na Ribeira de Santarém - e que se espera que venham a ter melhor sorte do que os antecessores, porque, como se ouviu várias vezes ao longo da noite, mais do que as palavras importa passar à acção. Até porque há um novo quadro comunitário de apoio para, eventualmente, aproveitar.
Autarcas de Santarém debateram o Tejo mas os problemas são os mesmos de sempre

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