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O cão em cadeira de rodas e a associação do Entroncamento que a câmara recusa apoiar

O cão em cadeira de rodas e a associação do Entroncamento que a câmara recusa apoiar

Companhia da Bicharada diz que complementa o trabalho do canil/gatil intermunicipal. Um grupo de amigos dos animais criou uma associação há dez anos e tem feito um trabalho meritório mas não consegue o mesmo tratamento que as outras associações do concelho.

O cão Rody, que se desloca com a parte traseira apoiada numa estrutura com rodas, é um dos mais recentes animais acolhidos pelos voluntários da Companhia da Bicharada - Associação Protectora dos Animais do Entroncamento.
Foi encontrado abandonado junto à estação de caminhos de ferro, aparentando ter sido atropelado e sem mobilidade nas patas traseiras. Esteve várias horas sem qualquer tipo de assistência e recebeu cuidados numa clínica veterinária de Torres Novas, antes da associação o receber. Agora aguarda que alguém queira a sua companhia.
A Companhia da Bicharada foi fundada em 2006 e pouco mais tem que a boa vontade e a dedicação dos elementos que a integram. A professora Ana Teresa Santos é actualmente a presidente. Em conversa com O MIRANTE disse que tem tentado que a Câmara Municipal do Entroncamento lhe preste algum apoio mas sem sucesso.
“Estamos legalmente constituídos e cumprimos todos os requisitos legais para recebermos o mesmo tipo de apoio que é dado a todas as associações do concelho mas infelizmente ele foi-nos recusado”, explica, acrescentando que a Companhia da Bicharada tem vivido das quotas dos seus associados e de donativos de amigos dos animais mas que ambiciona ter mais meios, nomeadamente um espaço próprio para poder acolher os animais e uma sede.
“Actualmente estamos a ocupar um terreno particular na zona da urbanização do Bonito mas não tem condições e é uma coisa temporária. O que nos tem valido é o facto de algumas pessoas irem aceitando ficar com alguns animais que recolhemos. É isso que se passa actualmente com o Rody, que está entregue, temporariamente à guarda de Sónia Subtil, uma voluntária da associação, enquanto não aparece alguém que o queira adoptar. “É um animal bem disposto e brincalhão mas a sua condição actual exige alguns cuidados extra e precisa de alguém que, para além de muito carinho, tenha algum espaço para ele se poder movimentar”, explica Ana Teresa Santos.
A presidente da Companhia dos Animais explica que a “cadeira de rodas” que o Rody usa custou quatrocentos euros e que a sua aquisição só foi possível devido à generosidade de um benemérito e a alguns donativos de outras pessoas que costumam apoiar a associação. Quem quiser adoptar o Rody pode contactar a Companhia da Bicharada através do email: companhiadabicharada@gmail.com ou através dos telefones: 915044329 ou 914828959.

“Um e-mail de três linhas a recusar apoio”
A candidatura da Companhia dos Animais a um subsídio autárquico, apresentada em 2014, foi recusada através de um e-mail de três linhas enviado em Agosto desse ano, em nome do presidente da Câmara do Entroncamento, Jorge Faria (PS). “(...) atento o facto de este Município integrar o canil/gatil intermunicipal, que tem zelado pela gestão dos animais errantes no concelho e não evidenciando o plano de actividades enviado qualquer actividade de cooperação com este último, informo que não foi considerada a atribuição de qualquer apoio financeiro.”.
Alguns dias depois a Companhia dos Animais recorreu da decisão explicando que o seu trabalho é complementar ao do canil/gatil intermunicipal, embora diferente. “(...) indirectamente, estamos já a colaborar com o canil/gatil ao aliviá-lo/auxiliá-lo na recolha e tratamento de animais que precisam de um abrigo imediato, bem como prestando cuidados veterinários imediatos para o bem estar do animal”, foi referido.
Depois de recordar à Câmara do Entroncamento que muitos problemas com animais acontecem fora do horário de expediente do canil/gatil e que o mesmo raramente tem vagas para receber mais animais, a associação coloca uma série de questões relacionadas com o funcionamento daquele equipamento intermunicipal e no final explica que o tipo de acompanhamento que faz dos animais que recolhe é diferente daquele que o canil/gatil pode proporcionar.
“Infelizmente a posição da câmara não se alterou e devemos ser, por muito insólito que pareça, a única associação que não é apoiada”, desabafa a presidente da Companhia da Bicharada, Ana Teresa Santos.

O cão em cadeira de rodas e a associação do Entroncamento que a câmara recusa apoiar

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