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“A vida são dois dias e não vale a pena irritarmo-nos com coisas sem importância”
Carlos Santos é um dos rostos da Tacofrota e um apaixonado pelos automóveis e pela competição

“A vida são dois dias e não vale a pena irritarmo-nos com coisas sem importância”

Carlos Santos é sócio-gerente da Tacofrota no Porto Alto e um apaixonado por automóveis. Carlos Santos fundou a Tacofrota em 1992 e desde então a empresa não parou de crescer. Natural da Covilhã, foi para Lisboa aos 18 anos à procura de uma vida melhor e as voltas do destino trouxeram-no para o Ribatejo e para o Porto Alto, Samora Correia. Nunca pensou ser empresário mas aproveitou uma oportunidade que na altura lhe surgiu e o negócio floresceu. Aos 66 anos, assume-se como uma pessoa calma que valoriza acima de tudo a honestidade. A sua grande paixão são os automóveis diz que a vida são dois dias e não vale a pena irritarmo-nos com coisas sem importância.

Nunca pensei ser empresário mas nunca desisti de melhorar a minha vida. Sou da Covilhã e fui para Lisboa com 18 anos, meio à aventura. Fui porque não quis estudar mais. O meu primeiro emprego foi num stand de motas. Estava no escritório e nas vendas. Fazia de tudo um pouco. A seguir a isso fui para um escritório de uma oficina de automóveis.
Sou um apaixonado por automóveis antigos e tenho alguns. O meu primeiro carro foi um Hillman 20 de 1947 que me custou mil escudos. Passados uns meses vendi-o e ainda ganhei dinheiro. Hoje tenho um Porsche 911, um Alfa Romeo GT Júnior, um VW 1303 para provas, um Fiat 600 que dei à minha filha, um Ford Anglia que dei ao meu filho, um VW 1303 cabrio e um outro 1300. Fui juntando os carros ao longo da vida mas não tenho vagar para andar com eles.
Participo em provas de competição automóvel pela adrenalina , pela superação pessoal e pelo convívio. Já fiz o campeonato nacional de montanha completo mas este ano só farei algumas provas. Já fui este ano à Rampa da Penha, Rampa de Santa Marta de Penaguião, que são todas do campeonato nacional, fiz a da Serra da Estrela e conto ir fazer a Serra da Arrábida. Já começo a ter uma compilação grande de taças lá em casa.
Na minha categoria já venci bastantes vezes e fico quase sempre nos três ou quatro primeiros lugares. Num fim-de-semana facilmente se gasta uns dois mil euros a competir. Felizmente tenho apoios nessas provas.
Já apanhei alguns sustos ao volante e até mandei um carro para a sucata. Foi no autódromo do Estoril, com um VW Karmann Ghia. Chovia torrencialmente e já era de noite. Era uma prova de resistência e depois da recta da meta um espanhol ficou atravessado. Fui um dos que lhe bateu. Não se via nada. O carro foi para a sucata e ainda levei dez pontos numa perna, foi o único acidente em que me magoei a sério.
É mais fácil ser empregado que patrão e sei porque já estive dos dois lados. No capítulo dos rendimentos é verdade que os patrões podem ter vantagens mas o empregado sai às seis da tarde, vai para casa e tem o seu ordenado certo. Ficamos sempre a pensar nas situações por resolver. Posso dizer que nunca nenhum empregado meu deixou de receber.
Não acho piada nenhuma aos novos carros eléctricos. Nunca andei em nenhum mas não gosto. Nem se ouve o carro a trabalhar. Se ele não desliga automaticamente ainda acabamos por o deixar sempre a trabalhar. Antigamente com uma caixa de ferramentas e um arame resolvia-se tudo na mecânica. Hoje já não é assim por causa da electrónica. Qualquer pequena avaria deixa-nos na berma da estrada.
No início do negócio passei algumas dificuldades mas consegui superá-las. Cheguei a ter um stand de automóveis mas com a crise o negócio piorou e deixei. Os automóveis são o único passatempo que tenho. Em casa tenho móveis cheios de miniaturas de automóveis. Ainda há pouco tempo no Natal a família oferecia-me miniaturas porque sabia que gostava. Já em miúdo desmanchava e montava de novo os carrinhos.

“A vida são dois dias e não vale a pena irritarmo-nos com coisas sem importância”

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