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“Os jovens sofrem de falta de hábitos de leitura”

“Os jovens sofrem de falta de hábitos de leitura”

Ana Gaudêncio tem 39 anos e é gerente da Escola de Línguas, Centro de Estudos e Campo de Férias Grau de Prova, no Cartaxo. Diz que em pequena já tinha o sonho de ser professora e prefere a cidade ao campo. Tem um filho e não prescinde de viajar e visitar monumentos nos seus tempos livres. Para ela, os famosos trabalhos de casa devem existir mas deviam ser mais práticos e os jovens deviam dedicar-se mais à leitura.

Em pequena já queria ser professora. Sempre tive gosto pelo ensino. Tanto que, após as aulas, costumava ir muitas vezes com os meus amigos para o largo perto de casa, em Vale de Figueira, concelho de Santarém, para brincarmos aos professores. Levávamos os materiais escolares e sentávamo-nos no chão a fingir que estávamos na escola.
Dei aulas em escolas públicas e privadas. Quando terminei o curso de Educação Básica no Instituto Piaget, em Lisboa, comecei a leccionar francês no Instituto de Línguas de Santarém, a crianças dos seis aos 13 anos, e português e francês na Escola nº 2 da Cova da Piedade, em Almada. Depois ainda passei pela Escola Básica nº1 de Afonsoeiro, concelho do Montijo, mas acabei por preferir dar aulas apenas no ensino privado.
Meto as mãos nos tachos quando estou em casa. Quando tenho tempo gosto de confeccionar as refeições para a minha família. Normalmente, gosto de cozinhar a chamada comida de conforto, para além do prato preferido do meu filho, que é massa à bolonhesa.
Gosto de visitar monumentos com o meu filho. Sempre gostei de viajar e o meu filho gosta de tudo o que está ligado à História, por isso faço sempre um dois em um. Já estive em vários locais no país e na Europa, como na Holanda, Inglaterra, Irlanda ou Dinamarca, entre outras. O último sítio onde estivemos foi este ano na ilha de São Miguel, nos Açores.
A concorrência não é um inimigo. Muito pelo contrário, ela faz com que não fiquemos à sombra da bananeira e tentemos fazer ainda melhor e abrir horizontes. Aqui no Cartaxo, por exemplo, tenho um centro de estudos mesmo do outro lado da estrada e dou-me muito bem com o proprietário. Costumamos até, quando é necessário, partilhar os alunos.
Os pais não têm tempo para estar com os filhos. A verdade é que cada vez mais a vida profissional consome a vida do casal e não se consegue dar o apoio que os mais novos necessitam. O programa das disciplinas é totalmente diferente do que os pais aprenderam, fazendo com que estes não consigam acompanhar os filhos. Cada vez mais é necessário um profissional para seguir o jovem estudante.
Os trabalhos de casa são importantes para os alunos treinarem. Realmente são benéficos quando o aluno tem dificuldade em algum assunto ou quando faltou a uma aula e necessita de adquirir algum conhecimento. De outra forma não faz sentido, pois vejo que eles aprendem muito mais colocando em prática o que aprenderam.
Os jovens não lêem. A leitura é uma parte muito importante, sobretudo porque vai condicionar muitas vezes a forma como se escreve e como se interpreta. Os mais novos ao não lerem, apresentam várias dificuldades nessas áreas.

“Os jovens sofrem de falta de hábitos de leitura”

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