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Fleximol no Cartaxo resiste dez anos mas cai na insolvência 

Empresa já tinha estado em 2009 numa situação difícil, mas conseguiu dar a volta. O futuro de um dos maiores empregadores do Cartaxo e dos funcionários está nas mãos dos credores.

Dez anos depois de ter passado por um processo de lay-off, devido a dificuldades financeiras, a Fleximol pediu a insolvência. Em causa estão 96 postos de trabalho. A empresa de fabrico de suspensões, fornecedora da Mitsubishi e Toyota, depois de um período em que não se ouvia falar de problemas, começou no ano passado a dar preocupações aos autarcas do concelho do Cartaxo, onde iniciou laboração em 1981. O presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Magalhães Ribeiro, solicitou reuniões com visita à fábrica ao ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, e à ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho.
O pedido de insolvência pela administração da fábrica, na zona industrial da cidade, entrou no Juízo de Comércio do Tribunal de Santarém no dia 10 de Julho. A sentença a declarar a insolvência foi preferida no dia 14, tendo agora os credores um prazo de 30 dias para reclamarem as dívidas. A juíza Carla Mendonça designou já o dia 9 de Setembro para a assembleia de credores, para apresentação do relatório sobre a situação da empresa, com início às 10h00. Se os credores não votarem pela recuperação da empresa, uma das que mais empregos dá no concelho, será inevitável o despimento dos trabalhadores. A Câmara do Cartaxo já veio dizer que o encerramento “terá repercussões na economia local” e nas famílias, que já sofrem com a pandemia. A crise na Fleximol agudizou-se com a quebra de encomendas há um ano e a situação foi abordada numa sessão da Assembleia Municipal do Cartaxo, que aprovou, por unanimidade, uma moção proposta pela CDU manifestando solidariedade com os funcionários da empresa. Os eleitos da assembleia apelaram também para o executivo da câmara colaborar com a administração da Fleximol e para tentar junto das entidades públicas procurar soluções. A moção alertava para as repercussões económicas e para os problemas sociais de grande amplitude que advêm do encerramento da empresa. Há um mês a situação ficou insustentável.
Há dez anos foi também a quebra de encomendas que deixou a empresa em dificuldades. A Fleximol viu-se na altura obrigada a mandar 72 dos então 154 trabalhadores para lay-off (suspensão do contrato de trabalho) por um período de seis meses. Posteriormente o lay-off foi renovado por mais 90 dias para 62 trabalhadores. Durante esse tempo os funcionários receberam apenas dois terços do salário (70 por cento dos quais pagos pela Segurança Social e 30 por cento pagos pela empresa).
Na altura a administração tentou dar a volta à crise, pedindo ao Ministério do Trabalho e à comissão de trabalhadores autorização para que o forno da empresa pudesse laborar, durante alguns períodos, 48 horas seguidas, conseguindo maior rentabilidade e menos despesas de funcionamento.

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