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“Torres Novas é uma cidade com qualidade de vida e segura”
Clara Ferreira, médica veterinária, sócia-gerente da TorresPet em Torres Novas

“Torres Novas é uma cidade com qualidade de vida e segura”

Clara Ferreira, médica veterinária, sócia-gerente da TorresPet em Torres Novas

Clara Ferreira escolheu ser veterinária pela paixão que sempre teve por cavalos. Vive em Torres Novas, cidade que,se desenvolveu muito nos últimos anos e tem muitos espaços ao ar livre. O pouco tempo livre que tem gosta de passá-lo com os filhos, de sete e dois anos. Defende que ter um animal pode ser muito saudável, sobretudo para quem vive só. A experiência diz-lhe que em épocas de crise nota-se um aumento no abandono de animais.

Costumo dizer que sou do mundo. Nasci em Lisboa, onde os meus pais se conheceram. O meu pai é da Beira Baixa e a minha mãe da zona de Leiria. Fui viver para o Entroncamento com sete anos porque o meu pai arranjou emprego na cidade. Com 15 anos saí de casa para estudar na Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes, onde tirei o curso de Gestão Equina. Estagiei no norte e iniciei curso de Veterinária na Universidade de Vila Real. Terminei-o em Lisboa. Estagiei em Aveiro e vim morar para Torres Novas porque o meu marido é de cá.
Torres Novas é uma cidade com qualidade de vida e segura apesar de as pessoas de cá não valorizarem a sua terra. O concelho tem tido um grande desenvolvimento nos últimos anos e tem muitos serviços disponíveis. Prefiro viver em Torres Novas do que em Lisboa, porque demoro o mesmo tempo de Torres Novas a Lisboa do que de Lisboa ao local onde estudava. Aqui temos mais espaço ao ar livre o que é muito importante para quem tem filhos, como é o meu caso.
Em criança ser veterinária já era uma das minhas opções. Há uns tempos encontrei aqueles papéis que escrevemos na escola primária e que os pais guardam. Além de veterinária dizia que queria ser gestora ou bailarina. Bailarina ficou logo de parte porque não era uma profissão que me desse estabilidade financeira, apesar de ter feito ballet e dança em criança. Pensei que poderia ser gestora sem ter curso de Gestão, mas não poderia ser veterinária sem o curso e por isso optei pela veterinária. O mais curioso é que actualmente já só faço a gestão da clínica e deixei de lado a parte de veterinária.
A minha paixão por veterinária vem pelo gosto que sempre tive por cavalos. É um animal que só tive o primeiro contacto aos 15 anos e adorei. Fiquei fascinada com aquele animal tão belo e imponente e que nos entende tão bem. Mas o mundo dos cavalos é muito difícil, não há horas, temos que estar sempre disponíveis. Como queria ter a minha família comecei a optar pela área dos pequenos animais que também gosto. Por isso abri a clínica TorresPet em Torres Novas.
Na clínica veterinária existe a relação médico-paciente-dono, que nem sempre é fácil de gerir. Apanhamos todo o tipo de donos e todo o tipo de animais e temos que saber lidar com o dono, que por vezes tem uma opinião diferente da nossa. Temos que saber gerir as emoções. É fácil um veterinário ligar-se aos animais que atende na clínica e quando um morre também para nós é difícil.
Um animal pode ser muito saudável para as pessoas que vivem sozinhas. Um cão ou um gato, que são os principais animais de companhia, embora nos últimos anos este conceito tenha mudado um bocadinho, podem ser muito importantes para uma família, mas sobretudo para quem vive sozinho. Um animal evita a solidão e obriga os seus donos a levantarem-se para lhe dar ou comprar comida e o levar a passear. Um animal é mais do que uma companhia, é um motivo para alguém gostar de viver.
Com as crises financeiras nota-se um aumento no abandono de animais. Quando as pessoas deixam de ter dinheiro para comer abandonam os animais porque não têm como os sustentar. Alguns entregam nos canis municipais, mas estes não têm capacidade para acolher todos os animais e as associações também têm dificuldades. São sempre momentos difíceis. Só tenho dois gatos porque moro num apartamento, se vivesse numa casa tinha muitos mais.
Desenvolver estratégias que minimizem ou terminem com o sofrimento do animal talvez seja o mais sensato para que as touradas continuem. Nunca vi uma tourada ao vivo. O pouco que vi foi na televisão, sobretudo na altura em que trabalhava com cavalos. A tourada é uma tradição, isso é inegável. Há pessoas que não respeitam o cavalo e o toiro como não respeitam o cão e o gato, mas há cavaleiros e toureiros que respeitam os animais. Não podemos fingir que não há sofrimento porque há, para o toiro. Tem que se chegar a um consenso porque se as touradas acabam esta raça de toiro vai desaparecer e isso também é uma perda.
Gosto de fazer bolachas com os meus filhos para oferecer no Natal. Foi uma tradição que criei com o mais velho e que o mais novo também vai começar a participar. Gosto de estar com eles e estou a aprender a desligar do trabalho e de outros assuntos. Quando estou com os meus filhos quero estar mesmo com eles. O meu marido é que cozinha a maior parte das vezes e é um excelente cozinheiro. Adoro petiscos e não resisto a um prato de caracóis ou sushi.
Adoro viajar e depois da pandemia quero conhecer o Vietname e o Butão. O ano passado fomos à Eurodisney com o meu filho mais velho. Já tinha ido, mas queria ir com ele porque aquele local é mágico para as crianças. Antes da pandemia fui a Marraquexe e adorei pela cultura tão diferente da nossa. Quero conhecer mais a Ásia por causa do budismo, que estou também a conhecer, e o mindfulness, que é conseguir desligar do aqui e agora por momentos. A atracção pelo Butão está relacionada com o estilo de vida diferente que eles têm. Usam o Índice Nacional de Felicidade para medir o nível de produção do país. Isso diz o quão diferentes somos.

“Torres Novas é uma cidade com qualidade de vida e segura”

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