O executivo da Câmara de Santarém pronunciou-se contra a deslocalização da farmácia da aldeia de Almoster para Santarém, seguindo a posição da Junta de Freguesia de Almoster, manifestando no entanto a sua disponibilidade para reavaliar o pedido daqui a um ano.

Segundo o vereador Nuno Russo, a junta de freguesia manifestou-se contra essa pretensão aludindo à necessidade de dar resposta à população mais idosa e de manter um serviço considerado essencial e emblemático para aquela comunidade, ainda para mais estando a extensão de saúde local fechada há mais de ano e meio. A junta compromete-se, inclusivamente, a sensibilizar a população para comprar os seus medicamentos na farmácia local e a disponibilizar transporte aos utentes de outras aldeias para se deslocarem à farmácia.

A decisão do município não agrada aos sócios da Farmácia Central que expressaram a sua posição na reunião de câmara de 15 de Novembro. Afirmaram que, mesmo com a transferência do estabelecimento para o hipermercado Pingo Doce de São Domingos, garantiriam a manutenção de uma parafarmácia em Almoster e assegurariam a entrega gratuita de medicamentos ao domicílio aos utentes de Almoster.

Hugo Freire, sócio da farmácia, referiu que o fecho da extensão de saúde de Almoster em Março de 2020 foi o motivo que levou ao pedido de deslocalização do estabelecimento para Santarém, já que o movimento caiu significativamente. “Uma farmácia inviável economicamente não pode garantir acessibilidade ao medicamento”, sublinhou, considerando “incompreensível” que seja necessário manter a farmácia aberta em Almoster quando o acesso aos medicamentos estaria garantido sem qualquer custo acrescido.

Manuel Falcão, outro sócio da farmácia, referiu que nos contactos com a câmara e com a junta de freguesia foram deixadas garantias por escrito que “de forma alguma aquela população seria abandonada” e deixou claro que irão insistir na sua pretensão.

Refira-se que a farmácia mais próxima de Almoster situa-se no Vale de Santarém, a 9 quilómetros.