Sociedade | 02-04-2016 09:47

Agrotejo quer que deputados que visitam a região não se limitem a falar com outros políticos

Agrotejo quer que deputados que visitam a região não se limitem a falar com outros políticos
Os responsáveis pela Agrotejo - União Agrícola do Vale do Tejo, estranham que os deputados da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, que vão andar de segunda a quarta feira ao longo do Tejo para se inteirarem dos problemas do rio e de questões ambientais e de ordenamento do território, não tenham incluído no programa da visita nenhuma reunião com agricultores, nomeadamente com a organização que representam.A visita que se inicia em Castelo Branco e termina no concelho de Vila Franca de Xira, inclui deslocações de barco no Tejo, contactos com ambientalistas, visitas a aldeias de pescadores e reuniões com autarcas. Os dirigentes da Agrotejo, associação que representa a maioria dos agricultores entre Abrantes e Alpiarça dizem que falar de ordenamento do território e de ambiente num espaço rural, sem falar de agricultura, não faz qualquer sentido e referem projectos em que estão envolvidos como prova disso, nomeadamente o grande projecto de emparcelamento da Azinhaga, Golegã e Riachos."O projecto foi aprovado em Conselho de Ministros e foi elegido como prioritário no novo Plano de Desenvolvimento Regional mas ainda não conseguimos que este governo publique a portaria, no sentido de abrir o concurso para que nós nos possamos candidatar à obra. Temos tudo feito, tudo pronto. O projecto da Portaria também já foi aprovado. Falta apenas a assinatura do Sr. Ministro da Agricultura". explica o presidente da direcção da Agrotejo, António Carvalho."Este é um projecto com um carácter de ordenamento muito vincado. Com este projecto conseguem-se importantíssimas mais valias em termos de ordenamento do território, de ocupações estruturais e de resultados ambientais é importante. É um projecto que é para o território e é apoiado pelas autarquias. Vai muito para além do interesse dos agricultores. Há um interesse territorial flagrante. Os deputados desta comissão deviam aproveitar esta visita para se inteirarem dele", defende.O vice-presidente da Agrotejo, Mário Antunes, que também é presidente do órgão de gestão da Reserva da Biosfera do Paul do Boquilobo, lembra o importante papel da organização, nomeadamente através da sua Ongatejo, uma ONG (Organização Não Governamental), na preservação da classificação da Unesco, do Paul do Boquilobo, do alargamento da sua área e da mudança da gestão para reforçar a estranheza pelo programa da visita.Temos uma estratégia de desenvolvimento para esta região do Tejo que tem em conta não só o sector agrícola como as questões ambientais e de ordenamento território. Preocupa-nos que numa visita de uma Comissão Parlamentar não se olhe para esta estratégia global e que se fique por uma das partes de um conjunto que é indissociável. O importante era que os deputados saíssem daqui sabendo que existe essa estratégia.", afirma.O mesmo dirigente critica o facto de outros projectos importantes para o Tejo estarem parados. "Temos uma candidatura ao Fundo de Recursos hídricos há dois anos para recuperação de marachas (margens) e ainda não temos luz verde. O sector agrícola paga e depois quando há um problema numa arriba da Costa da Caparica ou numa zona costeira, eles resolvem-se e as marachas do Tejo ficam esquecidas", critica.Este projecto foi apresentado pela Agrotejo em 2014, teve uma primeira avaliação positiva e a intenção foi aprovada mas neste momento continuamos na mesma e as marachas continuam como estavam. Eram quatro pontos. Um em Constância, um no Pinheiro Grande, um na Azinhaga e outro no Reguengo do Alviela. "A candidatura é de 2014 e as obras deviam ter sido feitas em 2015. Estamos em 2016 e as obras têm que ser feitas no Verão. Se não puderem ser feitas vamos perder mais um ano, com o risco de cheias que isto tem.", complementa Luís Vasconcellos e Souza, presidente da Agromais e Presidente do Conselho Fiscal da Agrotejo.

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