Sociedade | 24-04-2016 14:19

Uma viagem pela história de Pontével em forma de caminhada

Professor organizou visita guiada por alguns pontos de interesse dessa vila do concelho do Cartaxo. Os participantes ficaram a conhecer algumas curiosidades do passado da freguesia.

António Rato, professor natural de Pontével (Cartaxo), lamenta a falta de adesão da população quando se realizam actividades sobre a história da vila mas não é homem para baixar os braços e ceder à lamúria própria dos conformados. A prova disso foi dada no dia 9 de Abril, quando juntou cerca de 30 pessoas para uma caminhada informal que passou por uma adega, ruas históricas e casas de personalidades ilustres de Pontével, e ainda pelo rio da Velha, campos hortícolas e pela Quinta da Fonte Velha. Uma actividade inserida nas comemorações dos 200 Anos de Elevação do Cartaxo a concelho que pretendeu dar a conhecer curiosidades da história e tradições locais. O percurso de cerca de três quilómetros teve como primeira paragem a adega de Edgar Costa, uma adega-museu onde foram descritas algumas das tradições rurais, como a matança do porco, e vistos os instrumentos da agricultura e da vinicultura que outrora fizeram parte da vida rural. A Adega dos Avós em Pontével está preparada para receber visitantes que podem ainda provar a sua ginjinha e conhecer os dias de sol a sol doutros tempos.A caminhada seguiu por ruas de ilustres da vila como a rua de homenagem ao poeta e jornalista Francisco Mayer Garção ou a Rua dos Fazendeiros, mandada construir por João Pimenta, ex-presidente da junta de freguesia da vila, para a passagem dos agricultores. Ao longo do percurso foram ainda indicados os locais onde a economia local subsistia: antigas oficinas, ferrarias, olarias e espaços de artesanato onde se fabricava, entre outras coisas, cestos de verga e que de hoje apenas resta uma forja de um ferreiro local.Passados os campos agrícolas, fora do centro de Pontével, deparamo-nos com o rio da Velha, um dos locais que serve de palco às actividades da associação Rio da Fonte, da qual António Rato é vice-presidente. Uma colectividade que batalha pela despoluição e limpeza desse curso de água e pela defesa do património da freguesia. Era nessa ribeira, que levou o nome de rio da Velha, que as mulheres reservavam uma pedra onde lavavam a roupa e as tripas dos porcos e também onde "oleavam as línguas", referiu o professor. "Ai da senhora que visse a sua pedra ocupada", alertou acrescentando que os miúdos esperavam ansiosamente pela lavagem das bexigas dos animais para delas fazerem bolas de futebol.Depois da visita a um velho celeiro que já teve um moinho para onde a água era desviada para moer o trigo, seguiu-se para perto de uma herdade onde hoje pastam vacas. António Rato refere que aí viveu um bruxo muito conhecido na região, Francisco de Alcaria. Nesse local, o "médico" curava as maleitas do povo que o procurava perto de uma encosta onde em tempos a água cristalina brotava e que se dizia abençoada.

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