Sociedade | 20-07-2017 00:40

Escultura de meio milhão em Fátima transformou-se numa embrulhada para o escultor

Escultura de meio milhão em Fátima transformou-se numa embrulhada para o escultor
IMBRÓGLIO

Autor do maior coração do mundo ainda não recebeu nem sabe quem vai pagar o trabalho.

Fernando Crespo quando fez em tempo recorde a escultura do maior coração do mundo, instalada em Fátima, não imaginava que os elogios e o entusiasmo do presidente da Câmara de Ourém se transformassem numa dor de cabeça. O escultor da peça, com o valor de meio milhão de euros, não só não recebeu pelo seu trabalho como está enredado numa teia de indefinições em que ninguém quer assumir os custos do fabrico da obra, já para não falar nos trabalhos de instalação que rondaram os 25 mil euros.


A Câmara de Ourém fez alarde da importância da peça mas depois de inaugurada pelo presidente da autarquia, Paulo Fonseca (PS), desvinculou-se da situação mandando o escultor falar com uma empresa que iria financiar a obra, que entretanto passou o assunto para outra entidade, e até agora nem acordo nem dinheiro. O escultor esclarece que Paulo Fonseca lhe deu luz verde para avançar com a construção da peça escultórica, o que teve de fazer em praticamente metade do tempo que em circunstâncias normais demoraria.


Com a pressa de cumprir o calendário para a visita do Papa, a única coisa que está passada a escrito é uma proposta de acordo com a câmara, aprovada em reunião do executivo de 3 de Março. Na altura, o vereador do PSD, Luís Albuquerque, levantou dúvidas quanto ao valor da peça e ao financiamento da mesma. A ideia era a empresa pagar a peça e ficar com os direitos de autor. Paulo Fonseca respondeu que quem procurou o mecenas foi o escultor, tendo a câmara aceitado o financiamento.


“A relação do município é exclusivamente com o escultor e não com essas empresas. O nosso acordo foi apenas com o escultor”, sublinhou então Paulo Fonseca. Mas Fernando Crespo diz agora a O MIRANTE
que foi Paulo Fonseca que lhe apresentou os financiadores numa reunião em Lisboa e que no regresso foi de boleia com o presidente no carro deste.


O escultor, contactado por O MIRANTE, diz que sente um “desconforto muito grande” e manifesta “apreensão” porque, sublinha, “as entidades que se propuseram financiar a peça não o fizeram”.

Notícia completa na edição semanal de O MIRANTE AQUI

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