Sociedade | 19-01-2018 12:09

Máquinas de comida acabaram com descanso de moradores

Máquinas de comida acabaram com descanso de moradores
BENAVENTE
Foto O MIRANTE

Em causa está loja com máquinas automáticas que vende comidas quentes, bebidas e snacks durante 24 horas por dia.

Quem vive na Avenida Manuel Lopes de Almeida, em Benavente, não tem tido sossego de noite nos últimos meses por causa de jovens que se juntam a conviver perto de uma loja de comida rápida que funciona 24 horas por dia e que abriu portas no ano passado.

Há noites em que o ruído se prolonga para lá das 3h00 e 4h00 da madrugada e a Guarda Nacional Republicana tem sido chamada com frequência ao local mas pouco mais pode fazer do que tentar dispersar os jovens, que voltam pouco depois dos militares saírem da zona.

Os moradores dizem que a situação se tornou insustentável porque, além do ruído, acumula-se lixo à porta das habitações, urina em alguns locais devido à falta de casas de banho e vandalismo e degradação do espaço público e dos automóveis ali estacionados. Um dos moradores que contou o caso a O MIRANTE acabou agredido a soco por um grupo de jovens depois de ter chamado a GNR.

“O que queremos não é o encerramento do estabelecimento, é a redução do seu horário para fechar às 22h00 ou então, se for para continuar aberto 24 horas por dia, que seja relocalizado para uma zona fora da malha urbana onde não prejudique o sono e o descanso dos moradores”, contam os residentes. Na avenida vivem bancários, médicos, advogados e doentes oncológicos para quem a privação de sono está a ser prejudicial para a saúde e actividade profissional.

O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), conhece o problema mas só vai agir quando tiver elementos suficientes para apresentar ao empresário que abriu o estabelecimento. Garante que a autarquia não se vai descartar das suas responsabilidades e que tudo fará para providenciar “tranquilidade e sossego” aos habitantes. Mas primeiro, explica, é preciso ter dados concretos do que se está a passar. O estabelecimento, explica, está a funcionar de forma legal.

Segundo o autarca, no dia em que terminaram as aulas, antes do Natal, “houve uma situação de ruído anormal” que se deveu ao facto de os jovens estarem “a descomprimir” do final de mais um período escolar. Entretanto a câmara já fez medições de ruído no local que, para já, “não forneceram provas” de que as situações de ruído relatadas pelos moradores sejam continuadas.

O MIRANTE contactou a empresa em causa, Grab & Go, para obter mais esclarecimentos sobre este assunto mas nenhuma resposta nos foi enviada até à data de fecho desta edição. No site da empresa lê-se que a mesma disponibiliza, em regime de franchising, mais de 400 produtos 24 horas por dia, valorizando o facto de ser um negócio de baixos custos fixos, que ocupa pouco espaço, tem alta rentabilidade e exige “pouca dedicação” dos responsáveis.

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