Sociedade | 13-04-2018 14:10

Bombeiros de Constância reclamam dívidas de 700 mil euros

Voluntários de Constância reclamam dívida de 700 mil euros ao Centro Hospitalar do Médio Tejo que refuta as acusações e diz não ter qualquer dívida às Associações Humanitárias.

Os Bombeiros Voluntários de Constância têm dívidas a fornecedores e viaturas paradas por falta de dinheiro para combustível, tendo esta sexta-feira, 13 de Abril, reclamado uma dívida de 700 mil euros ao Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), disse o comandante da corporação.

"Essas dívidas acumulam-se e crescem desde Setembro de 2017. Contaminam as contas das associações, que estão presentemente em situação de asfixia de tesouraria. Não podem pagar aos seus fornecedores em tempo decente, já têm viaturas imobilizadas por falta de combustível e já são obrigadas, para poderem pagar alguns dos vencimentos dos seus funcionários, a suspender pagamentos à Segurança Social", disse Adelino Gomes, comandante da corporação de Constância.

O comandante referia-se a outras associações humanitárias de bombeiros subcontratadas pelos Voluntários de Constância para fazerem alguns dos serviços.

"As dívidas do CHMT" - que integra os hospitais distritais de Abrantes, Tomar e Torres Novas -, "às Associações Humanitárias acumulam-se e rondavam 700 mil euros no final de Março. Muito ou pouco expressiva, esta quantia representa cerca de 30% do valor anual dos serviços prestados pelas associações e 40% do valor anual dos serviços que adquirem", afirmou.

"A partir desta data somos obrigados a declinar qualquer responsabilidade por falhas e bloqueios que possam ocorrer no transporte de doentes, no âmbito do CHMT. Apenas os casos urgentes poderão ser atendidos", disse ainda Adelino Gomes.

A administração do CHMT disse "refutar veementemente" as afirmações do comandante dos Bombeiros de Constância, tendo referido ser uma "inqualificável forma de pressão", por estar agendada para esta sexta-feira uma reunião entre as duas entidades.

Em comunicado, o conselho de administração do CHMT diz que "não tem qualquer dívida às Associações Humanitárias, pois não tem qualquer contrato estabelecido com as referidas associações", antes, "um contrato de prestação de serviços de transporte com a Associação Humanitária dos Bombeiros de Constância, ao abrigo de um Concurso Público e que tem sido cumprido por parte do CHMT".

O CHMT "tem efectuado os pagamentos devidos à Associação Humanitária dos Bombeiros de Constância, regularmente, pelo que não existem pagamentos em dívida, além de um período de entre 60 a 90 dias", acrescentado haver, inclusive, antecipação de pagamentos.

"Até ao final do mês de Março, e depois de antecipar o pagamento relativo ao mês de Janeiro para o dia 22 de Dezembro, no valor superior a 150 mil euros, o CHMT transferiu para a Associação Humanitária dos Bombeiros de Constância uma verba mensal que ronda os 100 mil euros", afirma a administração do CHMT.

No total, segundo fonte oficial do CHMT, "no último trimestre de 2017 foram pagos 427.167,94 euros e no primeiro trimestre de 2018 foram pagos 285.603,35 euros", precisa.

"No que diz respeito ao não cumprimento das obrigações de transporte por parte da entidade ganhadora do Concurso Público, este mesmo incumprimento não pode deixar de ter consequências por incumprimento contratual", acrescenta, tendo concluído ao afirmar que "o Centro Hospitalar do Médio Tejo, E.P.E tudo tem feito e tudo fará, ao abrigo do mesmo contrato, para salvaguardar os interesses da Instituição e dos cidadãos que serve".

Constituído pelas unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas geograficamente entre si por cerca de 30 quilómetros, o CHMT funciona em regime de complementaridade de valências, abrangendo uma população na ordem dos 260 mil habitantes de 11 concelhos do Médio Tejo, no distrito de Santarém, Vila de Rei, de Castelo Branco, e ainda dos municípios de Gavião e Ponte de Sor, ambos de Portalegre.

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