Sociedade | 12-06-2018 07:22

Leitores querem alteração dos horários da biblioteca de VFX

Leitores querem alteração dos horários da biblioteca de VFX

Alguns utilizadores dizem que os horários são limitativos e que transformar o edifício em palco de espectáculos e exposições é má ideia. Município discorda e o tema tem dado que falar.

Alguns utilizadores da biblioteca municipal de Vila Franca de Xira, também chamada Fábrica das Palavras, estão descontentes com os horários praticados e querem que a câmara reveja o horário de funcionamento do espaço.


As principais queixas que O MIRANTE escutou no local prendem-se com o encerramento aos feriados, dias em que, por natureza, é maior o número de pessoas disponíveis para visitar o edifício e as exposições que recebe. Também o facto de alguns serviços da biblioteca encerrarem à hora de almoço não é do agrado de alguns visitantes. A situação tem dado mais celeuma recentemente depois da biblioteca estar a receber grande parte das exposições que, por norma, decorriam no Celeiro da Patriarcal, que está em obras.


“Há muitas coisas que não estão a funcionar bem nesta biblioteca e já nem vou tanto pelos horários. Acho que é má ideia ter uma cafetaria a funcionar no mesmo edifício e albergar exposições onde as pessoas estão a ler o jornal ou uma revista. Não há silêncio na biblioteca”, lamenta Pedro Sousa, utilizador do espaço.


Outro visitante, Alberto Costa, confirma: “Estar nos pisos superiores a ler ou a fazer um trabalho no computador é complicado porque há sempre muito barulho vindo de quem está no café [situado no rés-do-chão] ou a assistir a uma exposição. Ainda há dias uma turma de miúdos veio visitar a CartoonXira e foi um barulho tremendo, é muito incomodativo”, critica.


Em reunião de câmara o assunto foi levantado pela bancada da CDU, com Vítor Cartaxo a questionar a maioria socialista sobre “para quando” está prevista a construção de uma nova casa da juventude na cidade. Isto porque, considerou, “deveria ser um lugar sossegado para estudo ao contrário da Fábrica das Palavras onde se dá primazia às actividades culturais em detrimento do que deveria ser o real funcionamento de uma biblioteca”. Os vereadores da CDU notaram também o “mal-estar” de alguns funcionários face às “constantes mudanças dos horários” que lhes são impostos.


O presidente do município, Alberto Mesquita (PS), admite que o espaço deve ter um funcionamento “o mais abrangente possível” e que pela sua “grandiosidade” não deve ser um espaço limitado apenas a biblioteca. “Já tirámos a cafetaria do primeiro piso para o rés-do-chão porque essa era uma reclamação que nos faziam e pensamos que melhorou a situação. Estamos perante uma das melhores peças arquitectónicas do país e teremos de ver se temos mais alguma possibilidade de preservar ali os leitores”, explica.


Sobre os horários e o seu alargamento, em particular em algumas alturas do ano, o autarca considera que podem ser “um factor importante” para dinamizar o espaço e promete estudar o assunto. Mas avisa: agradar a todos “é uma ciência que não existe” e os recursos humanos têm de ser geridos “da forma mais adequada que soubermos”.

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