Idosos maltratados desculpam os familiares agressores por dependência emocional
Dependência, dinheiro e amor na base do respeito ou falta dele perante os mais velhos. No Dia Mundial da Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa, que se assinalou a 15 de Junho, O MIRANTE foi falar com instituições e idosos sobre um tema cada vez mais preocupante.
Mariana Branco sabe bem e sente na pele de noventa anos o quanto magoa a solidão depois de perder o marido com quem partilhou cinquenta anos de vida. Não tem filhos e os irmãos também fazem o que podem para lhe dar algum conforto. Com a partida do companheiro de uma vida, Mariana perdeu quase tudo o que lhe restava, sentindo-se tão sozinha e desamparada que sentia uma dor imensa a cada hora que passava e que só se curou com a entrada no lar. Está há oito anos na Casa de S. Pedro, um lar de idosos em Alverca, onde renasceu e recebe o carinho que a faz esquecer a dor no peito que sentiu quando se viu sozinha.
Em jovem nunca imaginou que viria a viver num lar porque imaginava que ia ser jovem sempre. Entre ter ficado em casa a receber apoio domiciliário, que o lar também proporciona, e o sistema de internato, prefere estar interna, porque “estar sozinha é muito triste” e magoa tanto ou mais que bofetadas. Sente saudades de trabalhar como costureira e de fazer crochet, prazeres roubados por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) há cerca de um ano e que lhe deixou sequelas numa mão que perdeu a firmeza. Recebe visitas com regularidade do irmão e de alguns amigos de Alhandra, terra onde vivia, o que também a faz sentir-se mais acompanhada e ocupada.
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