Sociedade | 14-08-2018 08:12

Filarmónica Pontevelense em risco de fechar por falta de direcção

Filarmónica Pontevelense em risco de fechar por falta de direcção

Sociedade confronta-se com dívida de mais de 100 mil euros resultante da construção da nova sede.

A Sociedade Filarmónica Incrível Pontevelense (SFIP) corre o risco de fechar portas se não aparecerem interessados em pegar na direcção da colectividade mais antiga da freguesia de Pontével e uma das mais antigas do concelho do Cartaxo. O mandato da última direcção terminou em Dezembro do ano passado mas o presidente Mário Silva e restantes elementos têm-se mantido na comissão administrativa para evitar que a colectividade encerre.
No entanto, dizem que têm que aparecer novas pessoas para darem outra dinâmica e vida à associação. “Estou na direcção da SFIP há cerca de oito anos e não posso continuar mais. Dói muito perceber que a SFIP pode fechar portas mas se não aparecerem interessados é isso que vai acontecer”, explicou Mário Silva a O MIRANTE.
Depois da última assembleia-geral, realizada a 4 de Junho, onde nada ficou resolvido, a actual comissão administrativa decidiu adiar a decisão para depois das Festas em Honra de Nossa Senhora do Desterro, que se realizam de 31 de Agosto a 4 de Setembro. Depois disso será convocada nova assembleia-geral para decidir o futuro da colectividade fundada em 1904. “Optamos por continuar até ao final das Festas de Pontével para honrarmos os compromissos que já estavam assumidos. Mas depois disso vamos ter que tomar uma decisão”, refere o enfermeiro que actualmente é docente na Escola Superior de Saúde de Santarém.
Mário Silva sabe que as pessoas não querem formar uma direcção devido à avultada dívida que a colectividade tem para saldar. A nova sede da SFIP foi inaugurada em Outubro de 2005 e custou cerca de 800 mil euros. A Câmara do Cartaxo pagou parte da obra mas ficou acordado que a SFIP pagaria 100 mil euros. O objectivo da SFIP era vender a antiga sede para pagar a dívida da nova sede, só que tal nunca se concretizou. “Ainda houve uma proposta de venda mas nunca se concretizou. Como não conseguimos vender a antiga sede os juros da dívida da nova sede foram sempre aumentando e o valor tornou-se insustentável. Actualmente devemos 128 mil euros, já com juros incluídos”, diz Mário Silva.

Antiga sede corre risco de penhora

Em 2016 a colectividade recebeu a notificação do processo de insolvência da construtora responsável pela obra para pagar a dívida ou avançariam com um processo de penhora da antiga sede. “O único património da SFIP é a antiga sede uma vez que a nova sede ainda está em processo de legalização. A minha esperança é que a empresa tenha muitos credores e não se lembrem de nós, porque a qualquer momento podem vir penhorar a antiga sede”, explica o dirigente, acrescentando que a colectividade sempre manteve uma boa relação com o dono da empresa até à data em que este faleceu.
Mário Silva esclarece que pediram um parecer jurídico à Confederação das Colectividades que diz que os actuais directores não vão ser responsabilizados pela dívida contraída anteriormente. “As pessoas não têm que ter medo de vir para a direcção da SFIP porque não podem ser responsabilizados criminalmente por nada. Esta colectividade precisa dos sócios e precisa que os sócios agarrem nela e a possam projectar para o futuro. Nós já cá estamos há muitos anos e é preciso sangue novo e ideias novas para que a SFIP possa rejuvenescer”, sublinha.

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