Sociedade | 22-08-2018 18:04

Extensão de Saúde de Vale de Cavalos reabre três meses após agressões

Extensão de Saúde de Vale de Cavalos reabre três meses após agressões

Médico que tinha sido esmurrado por um habitante durante uma consulta aceitou voltar.

A Extensão de Saúde de Vale de Cavalos, concelho da Chamusca, reabriu no dia 8 de Agosto, após três meses de encerramento devido a um episódio de agressões ao médico que presta serviço na freguesia. O clínico, após um período de baixa médica e de recuperar do trauma, aceitou voltar à extensão para fazer consultas no mesmo horário que tinha, às quartas-feiras entre as 09h00 e 16h30.

O director executivo do Agrupamento de Centro de Saúde (ACES) da Lezíria, Carlos Ferreira, adianta que o médico entretanto tirou duas semanas de férias, até dia 24 de Agosto, mas que vai, após este período, voltar ao serviço como normalmente. Devido ao período de férias a Extensão de Saúde da Carregueira, onde este também presta serviço, esteve sem consultas que serão retomadas no dia 29 de Agosto. O director acrescenta ainda que estão inscritos actualmente na Extensão de Saúde de Vale de Cavalos 446 utentes e que sempre que necessitaram de cuidados médicos foram assistidos no Centro de Saúde da Chamusca.

O presidente da Junta de Freguesia de Vale de Cavalos, José Trindade, acredita que a situação já está ultrapassada e salienta que não foi necessário reforçar a segurança do espaço, considerando que o que se passou foi um caso pontual. O autarca regista no entanto os transtornos que a situação causou à população, que tinha de ir à sede de concelho, e à própria junta que teve mais despesas e transtornos de serviços, uma vez que disponibilizou transporte.

José Trindade explica que a reunião que estava prevista para avaliar a situação da extensão de saúde, com a coordenadora do Centro de Saúde da Chamusca, Alzira Pereira, a câmara municipal e o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria, não se realizou na altura por falta de tempo do presidente da câmara, Paulo Queimado. Entretanto a coordenadora Alzira Pereira entendeu não realizar a reunião, uma vez que com a reentrada do médico esta deixou de fazer sentido.

Recorde-se que a Extensão de Saúde de Vale de Cavalos fechou no mesmo dia em que o médico foi agredido, no dia 16 de Maio. O agressor, de 40 anos, residente na freguesia, não gostou que o médico recusasse renovar a baixa médica à esposa e entrou pelo gabinete desferindo murros no clínico. De acordo com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), o médico foi sujeito a uma perícia no Gabinete Médico-Legal e estava a ser concluído um relatório para enviar ao Ministério Público, realçando que está a prestar “todo o apoio possível”.
A Ordem dos Médicos, na altura, mostrou-se indignada com a agressão ao médico da Extensão de Vale de Cavalos. “Espero que o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, se empenhe neste caso e que o tome como exemplo para o futuro”, disse o bastonário, Miguel Guimarães, que considerou necessária a existência de seguranças privados em qualquer unidade de saúde.

Esta não tinha sido a primeira vez que ocorriam problemas nas extensões de saúde do concelho da Chamusca. A unidade do Chouto esteve várias semanas sem funcionar após uma médica que prestava serviço na localidade se ter recusado a trabalhar no local devido a ter sido insultada por alguns utentes. Na altura, conforme O MIRANTE noticiou, a 14 de Fevereiro deste ano, os utentes revoltaram-se e descarregaram na médica porque houve uma falha informática que estava a impedir a realização das consultas.

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