Sociedade | 12-11-2018 10:00

Empresas de limpeza da região lutam com falta de mão-de-obra

Empresas de limpeza da região lutam com falta de mão-de-obra

Candidatas dizem que preferem continuar a receber o subsídio de desemprego

Idalina Roque, de 32 anos, é administradora da MCM Limpezas, em Riachos, Torres Novas há uma década. Mãe de cinco filhos (três seus e dois enteados), grávida de sete meses e a viver “uma gravidez complicada”, foi obrigada a parar temporariamente a sua actividade mas anseia pelo regresso ao trabalho. “São ordens do médico”, diz inconformada. “Tenho saudades de trabalhar. É verdade que há dias em que já não posso ver panos do pó à frente mas gosto do que faço e sofro por não o poder fazer agora”, explica.
Aspirar, sacudir o pó, lavar, engomar, trocar a roupa de cama, levar as crianças à escola e ir buscá-las no fim das aulas, sempre foram tarefas tradicionalmente atribuídas às chamadas “donas de casa” mas hoje, empresas como a de Idalina Roque fazem tudo isso, permitindo que as mulheres dediquem mais tempo às suas carreiras profissionais.
A propósito do Dia da Dona de Casa, que se assinala a 3 de Novembro, O MIRANTE ouviu a administradora da MCM Limpezas para tentar perceber quem recorre aos seus serviços e qual o resultado.
Idalina Roque refere que o trabalho de empresas como a sua permitem a muitas mulheres mais liberdade para se dedicarem aos seus trabalhos. Reconhece no entanto que para facilitar a vida dos seus clientes, sejam empresas sejam particulares, a sua própria vida pode complicar-se.
“Gerir uma casa com sete pessoas é complicado. Mesmo com a ajuda do meu marido e das minhas filhas de 17 e 11 anos, os fins-de-semana nunca são para descansar”, confessa.
A empresa é sólida e o maior problema, como em muitas outras empresas dos mais diversos ramos, parece ser o da mão-de-obra.
“Tenho quatro funcionárias que se dividem por uma extensa área geográfica que passa por Fátima, Santarém, Torres Novas, Entroncamento, Alcanena, Golegã e, mais recentemente, Pernes. O negócio corre bem e eu queria contratar mais funcionários para também poder procurar novos clientes e investir em maquinaria mas o processo de recrutamento não é fácil. Vêm à entrevista e dizem-me que preferem continuar a receber o subsídio de desemprego do que vir trabalhar. Até já apresentei queixa no Centro de Emprego de Torres Novas”, diz Idalina Roque, indignada.
Da experiência que já adquiriu numa década de trabalho, a administradora sabe que nesta altura, Outubro/Novembro, o negócio anda um pouco mais parado, voltando a haver maior procura na Primavera. Há também alturas de picos de trabalho excepcionais, como o 13 de Outubro, em Fátima, ou agora a Feira da Golegã, em que, por vezes, tem que recusar trabalho por falta de mão-de-obra.
“Para trabalhar nesta área não é preciso ter nenhuma formação específica, nem formação superior, mas, tal como uma dona de casa, é preciso ter brio e olhos na cara”, diz.

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