Sociedade | 19-12-2018 12:30

Falta de civismo dos condutores é um problema para quem anda em cadeira de rodas

Falta de civismo dos condutores é um problema para quem anda em cadeira de rodas

Iniciativa “Alverca sobre rodas” visou identificar pontos negros na cidade. Passadeiras e passeios sem desníveis acessíveis e estacionamento abusivo continuam a ser problemas por ultrapassar.

Praças e passeios públicos completamente obstruídos por automóveis que deixam os utilizadores de cadeira de rodas sem espaço nem alternativas onde circular continuam a ser o maior problema de quem tem mobilidade reduzida na cidade de Alverca. Na sexta-feira, 7 de Dezembro, a Mithós – Associação de Apoio à Multideficiência participou na iniciativa organizada pela Câmara de Vila Franca de Xira, denominada “Alverca sobre rodas”. O objectivo foi identificar pontos negros na cidade que precisam de ser melhorados para dar mais conforto a quem se desloca de cadeira de rodas.

Passadeiras elevadas mal construídas, passeios sem desníveis e vários estabelecimentos comerciais sem rampas que obrigam algumas pessoas a ser atendidas na rua foram alguns dos problemas identificados. Arcena e Bom Sucesso são as áreas mais problemáticas. Pela positiva está a maioria dos serviços públicos daquela cidade que já são acessíveis.

“O problema principal são as passadeiras, passeios e o mobiliário urbano. Eu sou uma acérrima opositora aos pilaretes, que no caso dos cegos é dramático, mas não temos outra opção porque infelizmente as pessoas metem os carros em todo o lado. É um problema de falta de civismo. É preciso mudar a mentalidade dos condutores. E esse trabalho faz-se nas escolas com acções de sensibilização. A população tem de perceber que os passeios são de todos e não dos carros”, defende Manuela Ralha, vereadora do município.

Vila Franca de Xira foi dos primeiros concelhos no país a ter um plano de acessibilidade pedonal, mas ficou suspenso ou sem aplicação durante anos. Só recentemente algumas intervenções começaram a ser feitas. “Francamente não sei dizer porque tem estado suspenso tanto tempo, mas um dos motivos pelo qual o gabinete de acessibilidades foi criado foi precisamente para implementar esse plano”, explica a vereadora.

O responsável pelo gabinete de acessibilidades da Mithós, Sérgio Lopes, também esteve presente na iniciativa e explica que os problemas identificados em Alverca são transversais a todo o concelho. “Tem havido uma maior preocupação com as acessibilidades mas ainda há muito trabalho por fazer. Algumas obras que se têm feito até acabaram por ser mal feitas e ficaram pior do que estavam inicialmente. Quisemos aqui identificar alguns sítios onde pode ser criado um outro tipo de passeio e vamos tentar fazer com que essas notas fiquem todas assinaladas para intervenção futura”, refere.

Um concelho inclusivo

Na semana em que se assinalou o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, o município promoveu a Semana da Inclusão, que visou alertar consciências e fazer o balanço da actividade desenvolvida pelo município nesta área. Em comunicado a câmara municipal destaca como positivas um conjunto de medidas tomadas recentemente, nomeadamente a entrada em funcionamento, em Janeiro último, da Comissão Municipal para a Deficiência, um órgão consultivo que tem como objectivo promover o diálogo entre as várias instituições, influenciar as políticas a favor das pessoas com deficiência e promover a igualdade de oportunidades.
A criação do Gabinete das Acessibilidades, o programa Xiradapta, que garante apoio financeiro para adaptação das habitações de pessoas com deficiência, a produção de cartões de visita em braille e o atendimento em linguagem gestual foram outras das medidas já implementadas pelo município.

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