Sociedade | 15-02-2019 18:00

General assume responsabilidades no caso de Tancos

António Faria Meneses assumiu as suas responsabilidades, no furto aos paióis de Tancos, enquanto comandante das Forças Terrestres do Exército em 2017.

O general António Faria Meneses afirmou que nunca pensou ser possível o furto dos paióis de Tancos e admitiu as suas responsabilidades enquanto comandante das Forças Terrestres (CFT) do Exército em 2017.

“Se o Exército falhou em Tancos, eu falhei em Tancos”, assumiu o general, que se afastou do cargo em Julho, dias depois do furto, em Junho de 2017, na audição na comissão parlamentar de inquérito ao furto de material militar dos paióis nacionais.

Na audição, a 14 de Fevereiro, na Assembleia da República, o general afirmou que o incidente “feriu a credibilidade das Forças Armadas” e foi uma “falha grave”.

Ricardo Bexiga, deputado do PS, questionou-o sobre o conhecimento que tinha das condições de segurança nas instalações de Tancos, nomeadamente um relatório de 2012, que fazia uma descrição exaustiva das falhas, por exemplo, ao nível da videovigilância, sensores e vedações, e também sobre se o efectivo de pessoal era o suficiente.

Faria Meneses reconheceu "tudo o que foi feito" e considerou que, "face à ameaça, recursos disponíveis, aprontamento de forças", o número de homens nas rondas era o suficiente.

"Enganei-me, caiu a nódoa no meu pano", declarou, parafraseado o aforismo popular "no melhor pano cai a nódoa".

O caso do furto de material militar em Tancos ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa operação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, sete militares da Polícia Judiciária Militar e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do crime.

O furto de material de guerra foi detectado pelo exército a 28 de Junho de 2017 e o reaparecimento das armas, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, foi revelado quatro meses depois (18 de Outubro) pela PJM, em colaboração de elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.

Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.

A comissão de inquérito para apurar as responsabilidades políticas no furto tem previstas audições a mais de 60 personalidades e entidades, vai decorrer até Maio de 2019 e é prorrogável por mais 90 dias

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